| 22/05/2009 07h10min
O Inter de 2009 vem arrancando elogios a cada jogo. O futebol bem jogado, combinado com uma marcação forte e eficiente, é a marca do grupo que foi montado para esta temporada. Depois de uma campanha invicta no Gauchão, com atuações de encher os olhos, o time treinado pelo técnico Tite mostrou que também pode encarar com maestria equipes de maior expressão. Na Copa do Brasil está nas semifinais e, diante do adversário mais complicado, o Flamengo, não se intimidou. No Brasileirão, o início é muito positivo. Mesmo com alguma dificuldade, venceu o Corinthians e, depois, com time misto, derrotou o Palmeiras por 2 a 0, com bom futebol.
A admiração ao futebol colorado não é apenas constatada no Rio grande do Sul. No centro do país também. No Rio de Janeiro, a imprensa se rendeu ao estilo do Inter, como foi observado pela jornalista Cíntia Barlem, editora do clicEsportes, em visita à capital carioca em abril deste ano.
– Passei alguns dias no Rio de Janeiro e pude conferir de perto. O Colorado é considerado o grande favorito não só para a Copa do Brasil, mas grande postulante ao título do Brasileirão 2009 – comentou ela em post publicado no Blog Clube da Bolinha.
Por outro lado, o jornalista e comentarista gaúcho Wianey Carlet adota cautela.
– Quem diz que o Internacional tem o melhor time do Brasil está no centro do país. Aqui, no Estado, salvo algum imprudente, prevalece a ideia de que a equipe colorada é candidata a disputar títulos, podendo tornar-se a melhor do país – escreveu ele em seu blog no clicRBS nesta última quinta.
O técnico Tite também prefere não abusar dos elogios. Após a classificação do Inter para as semifinais da Copa do Brasil, eliminando o Flamengo, ele declarou em entrevista coletiva o que pensa sobre a superioridade colorada.
– É exagerado sim. É uma equipe que gosta de jogar, mas gosta de marcar também. Teve superioridade muito forte no Regional, e isso marca, mas calma – ponderou o treinador.
O presidente do Inter, Vitorio Piffero, já declarou que o Inter chegou ao Centenário no seu apogeu.
– O clube chega ao Centenário no apogeu. Tivemos apogeu com o Rolo Compressor, outro na década de 1970, e vivemos mais um agora – comparou ele após a conquista do título gaúcho de 2009.
O vice de futebol Fernando Carvalho acredita que o sucesso da equipe atual se deve à mistura de competitividade e futebol bonito.
– É um futebol que ao mesmo tempo é combativo e ofensivo – analisa.
Para comparar com os times históricos de 1940 e 1970, no entanto, Carvalho acha que é cedo.
– Acho cedo para comparar, tem que consolidar mais o tipo de time que está sendo montado, aparentemente está tudo adequado, mas tem que ter uma sequência maior com vitórias convincentes. Nesse ano a gente vem conseguindo superar obstáculos, em muitos momentos jogando futebol primoroso, outros competitivo, às vezes ao mesmo tempo competitivo e bonito. Mas isso ainda é pouco para alçar a equipe atual a um Rolo Compressor – opina.
Os times que brilharam em 1940 e 1970
Conhecido como "Rolo Compressor", o Inter da década de 1940 marcou época por ser extremamente ofensivo. Segundo o site oficial do clube, o núcleo do time que fez sucesso naqueles anos contava com Carlitos, Tesourinha, Alfeu e Nena. Larry e Bodinho também se destacaram. Começou em 1939 e prolongou-se até 1950. Em Gre-Nais, os números eram totalmente a favor dos colorados: 19 vitórias, 5 empates e apenas 4 derrotas em 29 jogos.
Em 2009, o trio ofensivo formado por D'Alessandro, Taison e Nilmar está dando muitas alegrias aos torcedores.
Na década de 1970, o Inter conquistou o tricampeonato invicto do Campeonato Brasileiro com o título de 1979 (antes em 1975 e 1976). A campanha invicta de 79 teve 23 jogos, 37 pontos ganhos, 16 vitórias, 7 empates, 0 derrotas, 40 gols pró e 13 gols contra.
Os jogadores colorados jogavam com elegância, mas também se mostravam fortes na defesa. Destaques para o goleiro Manga e o zagueiro Figueroa. Falcão e Valdomiro faziam parte dos nomes que levavam o time para frente, enchendo os olhos da torcida.
O próprio Falcão define como era a equipe que jogava na década de 1970:
– Um time de força, mas também com muita organização tática. Tinha muita qualidade de passe, de marcação, mas se preocupava em jogar. Evidentemente que em marcar também, mas era muito equilibrado – lembra o ex-jogador.
Falcão, como Fernando Carvalho, não faz comparações de equipes. Apesar disso, ele também elogia o grupo atual do Inter e acredita que o time é candidato aos títulos da Copa do Brasil e do Brasileirão.
– Não gostaria de comparar. Estamos falando de mais de 30 anos, se jogava um pouco diferente – pondera Falcão. – Os elogios foram muito em cima do Gauchão. Nesses jogos com Flamengo e com o Corinthians não fez grandes jogos, conseguiu o que queria, mas não reproduziu o que jogou no Gauchão. A expectativa é conseguir jogar bem contra equipes como essas – avalia.
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