| 20/05/2009 13h13min
A Ferrari anunciou que segue avaliando a possibilidade de deixar o Mundial da Fórmula-1 caso a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) não revise o novo pacote de regras para 2010. Mais cedo, um tribunal de Paris validou as mudanças de regulamento introduzidas pela FIA na categoria, indo de encontro à postura da Ferrari, que tinha pedido sua anulação.
Em comunicado, a escuderia reconheceu a derrota na Justiça, mas admite seguir as ações legais e garante que não se inscreverá no Mundial caso não haja acordo.
– A Ferrari confirma sua intenção de trabalhar junto à Associação de Escuderias da Fórmula 1 (Fota, em inglês), em colaboração com a FIA e os detentores dos direitos comerciais, para uma F-1 cujas normas sejam iguais para todos – apontou.
– Queremos uma categoria que garanta estabilidade de regras, de acordo com o progressivo processo de diminuição de custos iniciado nos últimos meses – completou.
A decisão de não fazer parte da F-1 caso não haja acordo com a FIA foi decidida na reunião do último dia 12, na sede da equipe.
– A Ferrari não procederá à inscrição de seus carros em uma competição que varia, com o cenário atualmente em vigor, além de prejudicar as características que fizeram da Fórmula-1 a máxima expressão do automobilismo e a razão que nos levou a participar ininterruptamente desde 1950. Com isso, a escuderia continuará competindo em corridas de acordo com o calibre da marca e adequadas ao nível de inovação e progresso tecnológico – resumiu.
Em nota, a equipe do brasileiro Felipe Massa e do finlandês Kimi Raikkonen expressou preocupação pela ausência das grandes marcas na lista de pré-inscritos para o ano que vem.
– Os fãs da Ferrari não acreditaram ao ver nos jornais os nomes das equipes que manifestaram sua intenção de correr ano que vem. Wirth Research, Lola, USF1, Epsilon Euskadi, RML, Formtech, Campos e iSport, estas são as equipes que deverão competir na Fórmula-1 de duas velocidades que Mosley quer – afirmou.
As críticas fazem referência direta ao inglês Max Mosley, presidente da FIA. Ele propôs um pacote de regras que inclui um limite orçamentário de 45 milhões de euros e vantagens às equipes que resolverem adotá-lo.
– Um Mundial com estas equipes, com todo o respeito do mundo para elas, pode ter o mesmo valor da Fórmula-1 de hoje onde estão a Ferrari, os grandes construtores e escuderias que fizeram história neste esporte? Não seria mas adequado chamá-la Fórmula GP3? – completou a nota.
AGÊNCIA EFE