| 20/05/2009 11h54min
Após ter sido reprovado num teste no início de maio, o árbitro gaúcho Leonardo Gaciba foi aprovado em nova prova realizada na manhã desta quarta-feira, na pista atlética da Escola Superior de Educação Física (Esef) da UFRGS, em Porto Alegre. Ele conseguiu completar os 20 tiros de 150 metros no tempo estipulado e está liberado para apitar pelo Brasileirão já no próximo final de semana.
— Estou voltando! Já estava com saudade da turbina do avião — comemorou Gaciba, que ficou fora das duas primeiras rodadas.
O presidente da Comissão Estadual de Arbitragem, Luiz Fernando Gomes Moreira, o membro da Comissão de Árbitros da CBF, Luiz Cunha Martins, e o ex-árbitro José Mocellin, compareceram à Esef para dar apoio ao melhor árbitro do Gauchão 2009.
— É absurdo um árbitro do gabarito dele ficar fora dos jogos por causa de um teste físico — lamentava Luiz Moreira, antes da prova.
Os cartolas torciam como se fosse uma partida de futebol.
Durante a prova, quando Gaciba passava em frente aos
cartolas, gritavam:
— Não olha o relógio, Gaciba! Está indo bem! Vai pelo Silva — referindo-se ao preparador físico do Sindicato dos Ábitros, Fabiano da Silva, que corria ao lado de Gaciba indicando o ritmo necessário para completar cada tiro de 150 metros em 30 segundos.
Confira o vídeo:
O ex-maratonista parecia passear, e no início o árbitro conseguia acompanhá-lo sem aparentes dificuldades. Nos últimos, porém, o esgotamento estava estampado no rosto de Gaciba.
— Do 13º ao 17º tiro é a pior parte. O acúmulo de ácido lático nos músculos chega a um nível muito alto e atrapalha o desempenho — preocupava-se José Cícero Moraes, um dos professores da Esef credenciados pela CBF para o teste.
No último tiro, um dos dirigentes, vestido com calça e camisa social, chegou a correr ao
lado de Gaciba, incentivando o árbitro, que, ao passar pela linha de chegada, deixou escapar um grito de alívio. Logo depois, enquanto esvaziava uma garrafa de água, o árbitro saboreava a vitória pessoal:
— Encaro a pressão de dois Maracanãs lotados mas não encaro esta prova. É uma prova longa, são 20 tiros, 4 mil metros. Exige muito do físico e também do emocional. Mas em nenhum momento pensei em desistir. Com o apoio do pessoal da comissão de arbitragem, que veio aqui só para me ver, não tinha como não conseguir. Eles subiram muito no meu conceito. Agora a partir do fim de semana, vou voltar a incomodar — sorria Gaciba, escolhido o melhor árbitro do Brasileirão por três anos consecutivos, e que agora poderá começar a sonhar com o quarto troféu.