| 15/05/2009 16h05min
O momento conturbado no vôlei brasileiro respingou na seleção masculina, que está concentrada em Saquarema para a Liga Mundial. A incerteza em relação à Superliga não preocupa apenas aqueles que ainda estão à procura de uma equipe para a próxima temporada. Capitão do tricampeão Cimed, Bruninho já pensa em uma transferência para o Exterior. As informações são do GloboEsporte.com.
Considerado um dos jogadores mais promissores da nova geração, o levantador está acostumado a dizer não a propostas de clubes estrangeiros. Feliz na equipe catarinense, que defende desde a fundação, em 2005, o filho de Bernardinho não pensava em deixar o país tão cedo. No entanto, a turbulência atual pode levar o jogador a mudar de ideia.
– Estávamos no caminho certo, repatriando atletas. De repente, esse baque. Tenho uma proposta de um time importante da Itália, que eu já tinha rejeitado. Agora, quero deixar as portas abertas. Meu time não vai acabar, mas a gente não sabe o que vai acontecer dentro de dois, três anos – afirmou o jogador, que já renovou contrato com a equipe catarinense por mais uma temporada.
O levantador acredita que a própria Cimed só não passou por momentos de apreensão por conta do título conquistado na última temporada. Companheiro de Bruninho no time, o meio-de-rede Éder se mostra preocupado com os colegas que ainda não definiram sua situação para o próximo ano.
– Esse ano o mercado está bastante estranho, a maioria dos times está demorando para contratar. Os principais mercados, Itália, Rússia, Grécia, estão um pouco devagar, alguns tiveram corte de custos. Isso acaba atrapalhando a nossa vida, muita gente ainda está sem time e acaba se preocupando com outras coisas – contou.
Um dos jogadores que tem o futuro incerto é o ponteiro João Paulo, uma das caras novas da seleção. O atacante, que fazia parte da equipe do Tigre/Unisul, não sabe se continuará no time montado pelo técnico Giovane em São Paulo.
– Estou vendo propostas. Essa crise deixa a gente preocupado. Perde todo mundo, falta emprego para a gente. Mas temos que focar no treino, até porque aqui é uma vitrine ótima – lembrou.
Bernardinho: o investimento pode ser ainda maior do que na última temporada
Para o treinador Bernardinho, no entanto, a situação não é tão alarmante quanto parece. Segundo ele, o vôlei brasileiro pode ter boas notícias mais rápido do que se imagina.
– O momento é conturbado, mas não é negativo. Há até um interesse de patrocinadores em montar uma nova equipe feminina. Pelo que eu tenho sentido do mercado, podem vir até surpresas. O investimento pode ser ainda mais alto do que na última temporada e novos nomes podem voltar ao Brasil. É um momento de expectativa – explicou.
Bruno: meu time não vai acabar, mas a gente não sabe o que vai acontecer dentro de dois, três anos
Foto:
Maurício Val, Vipcomm