| 05/05/2009 04h16min
Com a inclusão de Porto Alegre na zona de risco para a transmissão de febre amarela no Estado, 10 locais se tornaram territórios de risco para as pessoas que ainda não se vacinaram contra a doença. As áreas de mata nativa, localizadas principalmente nas zonas leste e sul da Capital, são ambientes que podem abrigar os mosquitos transmissores do vírus que já provocou a morte de sete pessoas desde outubro no Rio Grande do Sul.
Atransmissão urbana da febre amarela não ocorre no Brasil desde 1942. Com isso, a preocupação das autoridades recai sobre as áreas de mata fechada. Com a alerta do risco de transmissão da doença na forma silvestre, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) enumerou as 10 principais áreas de mata da Capital, onde existe a possibilidade de presença dos mosquitos vetores.
As principais áreas de mata do município estão localizadas nos morros das zona leste e extremo-sul, conforme a bióloga Soraya Ribeiro, coordenadora do Programa de Fauna Silvestre
da Smam. As áreas verdes
intocadas do Parque Estadual Delta do Jacuí, nas Ilhas, e na Reserva Biológica do Lami, também estão incluídas na relação.
– Não é o matinho da Redenção que nos preocupa, mas as áreas de mata fechada. Por enquanto, os mosquitos estão do outro lado do Guaíba, mas a população deve evitar qualquer área de mata – avalia o coordenador do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz.
Para as pessoas que moram nas proximidades de matas e rios, especialmente os novos condomínios construídos junto a essas áreas, a vacina é a única forma de prevenção confiável contra o vírus. Ela passa a fazer efeito 10 dias após a aplicação. Paz esclarece que as áreas arborizadas dos parques urbanos não representam risco aos frequentadores por não serem hábitat dos mosquitos.
1.602 bugios já morreram desde o início do surto
Desde o aparecimento dos casos de febre amarela, 1.602 bugios foram encontrados mortos em 136 municípios do
Estado. Desses, pelo menos 79 foram vítimas da febre
amarela. O animal é sensível ao vírus e sua morte indica aos órgãos de saúde a presença dos mosquitos transmissores.
– Por desinformação e medo, muitas pessoas acabam matando os bugios por acreditarem que eles são os transmissores da doença. Os bugios são vítimas e nossos sentinelas – explica o biólogo Júlio César Bicca-Marques, coordenador do Laboratório de Primatologia da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS).
Confira no Hagah uma lista dos locais de vacinação pelo Estado.
No Posto de Saúde Modelo, na Capital, portões foram fechados antes da previsão das 17h, o que gerou descontentamento
Foto:
Diego Vara