| 31/03/2003 10h56min
O Banco Central aumentou para 10,8% a pojeção de inflação para 2003, superando a meta ajustada de 8,5% perseguida pelo governo este ano, de acordo com o primeiro relatório de inflação trimestral do banco na administração Lula. A nova estimativa também é superior à contida no relatório trimestral anterior, divulgado em dezembro, que apontava para uma inflação de 9,5% em 2003. Para 2004, a projeção foi reduzida levemente de 4,5% para 4,1%.
Na mesma linha, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) recuou: os anteriores 2,8% esperados para 2003 caíram para 2,2%. A baixa decorre da alta da taxa de juros e da deterioração da confiança do consumidor.
Apesar da elevação da estimativa de inflação, o relatório reafirmou o que o Comitê de Política Monetária (Copom) na ata da sua última reunião destacou sobre a possibilidade de elevar a meta ajustada dos atuais 8,5% para 9,5%, julgando prematuro fazê-lo por causa da "volatilidade do preço do petróleo e incertezas relacionadas à revisão tarifária''. A meta ajustada é o patamar usado pelo BC para nortear a política monetária e fazer a inflação convergir para patamares mais baixos no decorrer de dois anos.
As novas projeções levam em conta uma taxa de juros constante nos níveis atuais de 26,5% e uma taxa de câmbio de R$ 3,40.
Também nesta segunda, a autoridade monetária brasileira divulgou os resultados da pesquisa Focus, elaborada junto a cem instituições financeiras do país. Depois de duas semanas em ritmo de queda, a expectativa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi elevada de 12,19% para 12,26%. Além de apontar para a alta, a pesquisa Focus revelou que o mercado financeiro manteve praticamente estáveis as previsões médias dos indicadores macroeconômicos nacionais em 2003. Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a mediana das expectativas indica um crescimento de 1,97% neste ano, quase a mesma previsão da semana retrasada, de 1,98%. Para 2004, a estimativa média permaneceu em 3%.
O superávit da balança comercial foi mantido pelos analistas: em 2003, o volume deve chegar a US$ 16,2 bilhões; em 2004, a US$ 16,38 bilhões. A estimativa para a entrada de investimentos estrangeiros também permaneceu igual: de US$ 13 bilhões para este ano e de US$ 15 bilhões para o próximo.
A projeção média dos analistas para o déficit das contas correntes brasileiras em 2003 ficou em US$ 4 bilhões (contra US$ 4,3 bilhões da semana retrasada). O valor esperado para 2004 baixou de US$ 5 bilhões para US$ 4,65 bilhões.
Com informações da agência Reuters e da Globo News.