O comitê da candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos de 2016 apresentou, nesta quinta, as garantias financeiras da proposta à comissão de avaliação do Comitê Olímpico Internacional (COI), que está na cidade para sua visita de inspeção. A encarregada de garantir o apoio governamental foi a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Dilma ratificou o acordo entre os três níveis de governo para cobrir o orçamento da candidatura, que é de US$ 2,815 bilhões, e o referente às infraestruturas, que soma US$ 11,617 bilhões. Segundo ela, os valores são sustentáveis.

– Não queremos elefantes brancos, e sim infraestruturas ligadas ao desenvolvimento social e do país – disse a ministra na entrevista coletiva posterior à reunião com o COI.

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, também apresentou as garantias financeiras e mostrou dados sobre o crescimento econômico dos últimos anos e a estabilidade das contas públicas, que se manterá, segundo ele, apesar da crise.

– É muito importante ressaltar que a dívida pública caiu nos últimos anos e continuou descendo durante a crise graças às reservas de US$ 206 bilhões – argumentou Meirelles.

Dilma Rousseff afirmou que os Jogos servirão para acelerar a construção de diversas infraestruturas consideradas necessárias para o desenvolvimento da cidade. A ministra explicou que parte das obras será feita mesmo se o Rio não for anunciado como sede dos Jogos em 2 de outubro, durante assembléia geral do COI em Copenhague, capital dinamarquesa. Tóquio, Chicago e Madri são as outras finalistas.

Além da parte financeira, os membros do COI analisaram hoje a proposta de transportes, que atende ao desafio de conectar as diferentes instalações esportivas e hoteleiras, separadas por distâncias médias de 35 quilômetros. Para atender a este aspecto, considerado um dos mais fracos da candidatura, o comitê propôs um sistema com base em linhas de ônibus rápidos com faixas exclusivas, além da completa reformulação dos trens de superfície e a ampliação do metrô.

O ponto mais fraco da proposta é a conexão do aeroporto à cidade, cujas propostas já foram qualificadas de inadequadas pelo COI. Foi sugerido um aumento das linhas de ônibus e a ferrovia foi deixada de lado. O governo pretende construir um trem-bala entre Rio e São Paulo, com parada no aeroporto. Porém, como ainda não houve licitação, não há garantias de que a obra estará pronta para os Jogos.