| 09/04/2009 03h32min
A notícia enviada desde o Catar por Rodolfo Forte, representante de Paulo Autuori no Golfo, foi a pior possível. Ontem à tarde, por telefone, ele avisou que o técnico de 53 anos só deixará o Al-Rayyan após 28 de maio. O Grêmio dificilmente esperará.
A ideia é de que o substituto de Celso Roth embarque segunda-feira com a delegação para Santiago do Chile e comande o time contra o Universidad de Chile. A partida pode garantir a classificação como primeiro colocado no Grupo 7 da Libertadores. As oitavas-de-final começam na primeira semana de maio.
Autuori só deve voltar ao Brasil para o Brasileirão. Além do Grêmio, há mais dois clubes interessados nele. Há também sondagem de um clube europeu. Todos sabem que só contarão com o técnico para o mês de
junho. Ainda ontem, o xeque Abdullah bin Hamad Al Thani, dono do
Al-Rayyan, aceitou liberá-lo de cumprir o contrato até maio de 2010. Mas exige que ele dispute a Copa Thani (em homenagem ao seu filho) e a Copa do Emir, os dois últimos torneios do calendário local. Exigência que teve a concordância do técnico.
O primeiro contato com Autuori foi feito através do gaúcho Danilo Martins, treinador do time de futsal do Al-Arabi e amigo de Forte e de Autuori. Até ontem, o gerente de futebol Mauro Galvão e o diretor de futebol André Krieger tentaram convencer o técnico a vir imediatamente.
– É impossível que Autuori deixe o Catar agora. Ele tem compromissos com o xeque e jamais fecharia portas por aqui saindo antes – disse Forte. – Uma potência como o Grêmio tem pressa para contratar. Infelizmente, o Autuori só estará livre ao final de maio – acrescentou o agente paulista, que vive há 10 anos em Doha.
Nos últimos dias cresceu a cotação de Ney Franco
Estabelecido o
impasse em torno de Autuori, restam os planos B e C: Renato
Portaluppi, sem clube, e Ney Franco, do Botafogo. A direção pretende anunciar o novo técnico até sábado. Integrantes do Conselho de Administração pensam diferente. Defendem que a escolha dispensa a pressa.
– Quero que ele (técnico) acompanhe o time no Chile – disse Krieger.
O dirigente descarta a permanência do interino Marcelo Rospide no cargo contra o Universidad. Para ele, a ideia é não retardar a classificação às oitavas-de-final para a última rodada, contra o Boyacá, dia 28, no Olímpico. Para isso, exige vitória em Santiago, o que permitiria chegar a 16 pontos e decidir em casa nas fases subsequentes.
No dia seguinte à demissão de Roth, o departamento de futebol mapeou a situação de oito treinadores em condições de substituí-lo. Além de Autuori, Portaluppi e Ney Franco, estavam na lista, entre outros menos votados, Geninho, do Atlético-PR, Caio Jr., do Vissel-JAP, e Nelsinho Baptista, do Sport.
Aos poucos, alguns
nomes foram descartados por estarem empregados e
implicar pagamento de indenização, algo descartado pela diretoria. Geninho avisou desde Curitiba sua pretensão de seguir no Atlético-PR e saiu da lista. Nelsinho disse em entrevista no Recife ter recusado convite do Grêmio. A direção nega qualquer contato.
Nos últimos dias, a cotação de Ney Franco cresceu. Seu compromisso com o Botafogo não prevê indenização em caso de saída. Só que as chances de trazê-lo são pequenas. Ele decide vaga na final da Taça Rio, sábado, contra o Vasco. Como já levantou a Taça Guanabara, pode ser campeão antecipado. Na direção, o principal defensor da ideia de sua contratação é o diretor de futebol Luiz Onofre Meira.
Krieger voltou a dizer que respeita a preferência dos torcedores por Renato.
– Ele teve boas campanhas na Copa do Brasil e Libertadores. É um nome de respeito – avaliou.