| 28/02/2009 03h51min
Derrubado por uma gripe que o fez passar a noite em claro, o vice de futebol, Fernando Carvalho, cochilou no 1 a 0 do Grêmio no Veranópolis. Com a confirmação do Gre-Nal na decisão do primeiro turno do Gauchão, ele evitou polêmicas. Na véspera, havia apostado em vitória do rival, ignorando o Veranópolis.
Carvalho evitou provocações. O máximo que tratou do clássico foi revelar o desejo de entregar a taça que leva o seu nome para Guiñazu.
– Acreditarei nisso até o final. Mas é uma situação pessoal, resolvo na hora. Entregarei a taça sem cometer grosserias – afirmou.
Conquistar o primeiro turno significa mais do que garantir vaga na decisão do Gauchão. Os jogadores dizem que nenhuma cobrança foi feita no vestiário, mas todos querem evitar o constrangimento de assistir ao presidente das maiores conquistas do Inter entregar o troféu para Tcheco. Na
saída do vestiário ontem à tarde, o zagueiro
Álvaro imaginou que o dirigente poderia estar com um “friozinho na barriga” devido à possibilidade.
A apreensão de Carvalho, porém, se resume à disputa do clássico. O dirigente acompanha Gre-Nais desde 1971 e lembra que já viu “coisas totalmente inesperadas acontecerem”. Por isso, ressalta que o Inter entrará em campo com muito respeito, apesar de estar no Beira-Rio. Questionado sobre as declarações do técnico Celso Roth, que minimizou a importância do clássico de amanhã, Carvalho foi enfático:
– O Celso Roth é experiente, sabe o que deve ou não dizer. Não vou comentar o que ele falou. O que o Grêmio faz não nos diz respeito.
O assessor de futebol, Giovanni Luigi, também adotou a cautela como discurso. Evitou comentários sobre as avaliações de Roth e ressaltou o equilíbrio do clássico. Disse que o diferencial a favor do Inter será o apoio da torcida – Luigi aposta em 40 mil colorados no Beira-Rio amanhã.
– Fizemos a melhor campanha
do primeiro turno e levamos a final para o nosso
estádio. Para tudo isso valer a pena, temos que ganhar o último jogo – alertou.
Mas Luigi faz uma ressalva: com vitória ou derrota, o grupo do Inter terá de estar com a cabeça limpa na segunda-feira. Na quarta-feira a equipe enfrenta o União-MT no jogo de volta da Copa do Brasil. Precisa vencer por 2 a 0 para seguir na competição.
– Temos que superar o que acontecer no domingo. Temos exemplos recentes. Em 2008 ganhamos o Gauchão por 8 a 1 do Juventude e no meio da semana fomos desclassificados pelo Sport – lembrou.
Andrezinho vê o jogo do inimigo
É consenso no Beira-Rio que, além de conquistar a Taça Fernando Carvalho, o Inter precisa convencer com boa atuação. Parte dessa responsabilidade estará com Andrezinho, o substituto de D’Alessandro.
– São nestas horas que você vê o grande jogador. Estou pronto. Sem o D’Alessandro, terei de procurar jogadas, criar
mais.
O meia foi um dos primeiros a deixar o treino dos reservas ontem à tarde. Era
preservação para o clássico. Contou que reservaria a noite para assistir em casa, no bairro Chácara das Pedras, ao jogo entre Grêmio e Veranópolis. Andrezinho também estuda os adversários quando fica na reserva. Observa os companheiros e a forma como são vigiados.
– Assim você prevê a jogada que fará, vê os pontos fortes e fracos das equipes – ensina.
Primeira opção de Tite em momentos de dificuldade, Andrezinho gosta do rótulo de 12º jogador. Diz ser demonstração de confiança. Mas ressalva: há pelo menos outros cinco na mesma situação.
O 12º jogador |
Desde que Tite chegou ao Beira-Rio, em 12 de junho, Andrezinho sempre foi chamado, na maioria das vezes, em momentos decisivos. Começou, por exemplo, os jogos contra o Boca e Estudiantes no Beira-Rio. Veja o aproveitamento do meia na Era Tite: |
2008 |
Em 43 jogos, |
foi titular em 16 |
e entrou em 10 |
2009 |
Em 11 jogos |
foi titular em cinco |
e entrou em quatro |