Parece que o clima da Serra se transferiu para o Litoral. A neblina, agora menos evidente do que pela manhã, insiste em permanecer. Em meio à bruma cinza é notável a presença de poucos guarda-sóis dos veranistas esperançosos com os escassos raios de sol que surgem de tempos em tempos. Além disso, o pouco vento e a temperatura de 26ºC aumentam a sensação de mormaço e calor, causando um certo desconforto em quem caminha pela orla.

Se a situação é indiferente para muitos, para Thiago Prates, 24 anos, e Roniclei Bastos, de 36, é preocupante. Os dois são salva-vidas da guarita 75, e até levantaram bandeira vermelha em função da baixa visibilidade.

— As condições do mar seriam de bandeira amarela, mas quando a neblina baixa o melhor é afastar os banhistas. Não conseguimos nem apoiar as guaritas vizinhas —  revela Thiago.

Já para chamar a atenção da criançada, os guardiões foram espertos: fizeram dos montes de areia que apoiam as bóias esculturas divertidas.

— Assim mantemos as crianças por perto — brinca ele.

O fenômeno

A névoa se forma em regiões de alta umidade no ar. Por isso, é muito comum acontecerem nevoeiros em alto-mar ou próximo ao litoral. O que aconteceu de diferente nesta manhã é que o vento deslocou a névoa para a orla. Associado à alta temperatura, o nevoeiro pode dar uma sensação de desconforto e abafamento. No litoral, essa sensação é amenizada pela brisa constante. Como nesta região a umidade do ar é constantemente alta, a neblina se dissipa mais lentamente.

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