| 16/01/2009 11h28min
Pelo menos 200 pessoas já aguardam em frente ao Estádio Bento Freitas o início do velório das três vítimas do acidente com o ônibus do Brasil-Pe, no fim da noite desta quinta, em Canguçu, que vitimou o centroavante Claudio Milar, o zagueiro Régis e o preparador de goleiros Giovani Guimarães. O clima é de comoção entre os torcedores, dos quais muitos vestem as cores do time. Pessoas choram e se abraçam, tentando assimilar a tragédia.
O policial militar Fernando Rogério Tavares, de 49 anos, permaneceu por cerca de 20 minutos com cabeça baixa, sentando na sarjeta em frente ao estádio. Enrolado em uma bandeira do Brasil-Pe, afirmou, inconsolável:
— Há poucos jogadores na história como o Milar. Sou fã dele desde que ajudou o Brasil-Pe a sair da segunda divisão. É o cara que traz o torcedor a campo. É muita perda para um dia só. Eu acho que o presidente deveria aposentar a camisa do Milar e do Régis.
Estrutura
Foi montada uma estrutura com cordas que atravessa em
diagonal até metade do campo. Três toldos abrigando cadeiras foram colocados no gramado. Nas casamatas, freezers com água e gelo estarão à disposição dos parentes das vítimas, para aliviar o forte calor que faz em Pelotas nesta quinta-feira.
Coroas de flores começam a chegar no estádio prestando homenagens a Milar, Régis e Giovani.
O acidente
Por volta das 23h30min, o ônibus que levava o time de volta a Pelotas, após amistoso contra o Santa Cruz no município de Vale do Sol, tombou e caiu em um barranco de cerca de 40 metros a 50 metros, o equivalente a um prédio de 15 andares. O acidente ocorreu no anel de acesso à BR-392, quando ela se encontra com uma rodovia estadual, a RST 471. O veículo vinha pela 471 quando o motorista perdeu o controle, capotou sobre a pista e despencou rolando. Ao ser socorrido, o motorista disse aos funcionários da empresa Ecosul que não sabia explicar como não conseguira vencer a curva. O
ônibus ficou com as rodas para cima.
O
goleiro Danrlei, que atuou no Grêmio e recentemente foi contratado pelo clube pelotense, foi um dos primeiros a sair do veículo, e ajudou no socorro aos colegas. Ele teria apenas machucado o braço. Ele teria dito que, ao sair do ônibus capotado, percebeu que seu colega Milar, o principal ídolo da torcida xavante, estava morto.