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 | 02/01/2009 20h59min

Técnico de quenianos diz que brasileiros têm de melhorar

Para Moacir Marconi, presença dos africanos nas provas pode beneficiar atletas do país

A pedido dos atletas brasileiros, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) estuda a possibilidade de limitar o número de estrangeiros nas provas disputadas no Brasil a partir desta temporada. Moacir Marconi, técnico e articulador da vinda dos africanos ao país, rejeita a medida e diz que a presença dos estrangeiros deve ser encarada sob outro ponto de vista.

– Eles estão tendo a chance de melhorar com os quenianos e, ao invés de aproveitarem, ficam mais preocupados tentando mandá-los de volta. Se os brasileiros pararem com isso, treinarem mais e aproveitarem a presença dos quenianos, teremos uma maior competitividade – declarou o técnico conhecido como Coquinho em entrevista à Gazeta Press.

No próximo dia 24, a CBAt deve tomar uma decisão sobre o assunto durante sua Assembléia Geral. A ausência de atletas brasileiros no pódio da São Silvestre na disputa masculina, algo que não acontecia desde a temporada de 1998, deve aprofundar ainda mais a discussão em torno da possível limitação de estrangeiros.

– O nível dos brasileiros está baixo. Eles têm de arrumar um jeito de melhorar – disse Coquinho.

Questionado sobre os motivos do suposto baixo nível dos atletas brasileiros, Coquinho preferiu não apontar razões específicas.

– Sinceramente, não sei. É uma questão de performance, de calendário, tem que ver com os técnicos. Os quenianos vêm aqui correr e vão embora. Já os brasileiros ficam o ano inteiro aqui fazendo provas – afirmou.

Campeão da São Silvestre na temporada de 2006, Franck Caldeira era a principal esperança de vitória entre os brasileiros. Depois de abandonar a prova alegando problemas intestinais no 10º quilômetro, ele criticou a presença dos estrangeiros na corrida.

Coquinho assegura que não foi procurado por atletas brasileiros para falar sobre o tema. O sexto colocado na prova foi o queniano Nicholas Koech, com o tempo de 45min52. No sétimo lugar após percorrer os 15km em 46min03, o desconhecido maranhense Raimundo Nonato Souza Aguiar foi o melhor brasileiro na São Silvestre. Ele chegou a dizer que o ritmo dos africanos foi "alucinante".

Confira o pódio da prova masculina:

1. James Kipsang (Quênia) - 44min42
2. Evans Cheruyot (Quênia) - 45min16
3. Kiprono Mutai (Quênia) - 45min28
4. Marco Joseph (Tanzânia) - 45min37
5. William de Jesus (Colômbia) - 45min47

GAZETA PRESS
Mastrangelo Reino, EFE  / 

Queniano James Kipsang conquistou a São Silvestre 2008
Foto:  Mastrangelo Reino, EFE


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