| 17/12/2008 01h36min
Depois de quase seis horas de uma tensa reunião no Conselho Deliberativo do Grêmio, que iniciou na noite de terça e só acabou na madrugada de quarta-feira, os conselheiros decidiram aprovar o contrato com a empreiteira OAS para a construção da Arena tricolor, no Bairro Humaitá. No entanto, a assinatura só deverá ocorrer na próxima sexta-feira.
– Vamos assinar o contrato na sexta-feira, incorporando aquelas sugestões dadas nesta terça que forem possíveis. Quem cuidará disto será o nosso departamento jurídico, junto com a direção atual e com a direção que assume no final do ano – garantiu Paulo Odone.
O clima entre os conselheiros já não era dos melhores antes da reunião nesta terça-feira. Ficou ainda pior depois que alguns integrantes do conselho tomaram conhecimento, na última hora, de uma modificação no contrato entre o clube e a construtora.
Como os integrantes da diretoria que assume no final do ano não estavam satisfeitos com as presenças de Paulo Odone e de Eduardo Antonini no conselho de administração da Grêmio Empreendimentos, os atuais mandatários do clube fizeram uma manobra política que acabou enfraquecendo a empresa que será formada para gerir a obra.
A alteração no contrato com a construtora prevê uma divisão da OAS em duas partes no vínculo estabelecido com o Grêmio. Uma parte da empresa cuidaria de todos os detalhes envolvendo o terreno onde será erguida a Arena. A outra, que seria chamada de superficiária, contaria com três integrantes da construtora e dois do conselho gremista, e ficaria responsável pela construção da obra.
– Terminou o contrato TBZ/OAS, a OAS ficou. A empresa propôs ao Grêmio que ela constitua uma empresa, 100% capital OAS, formado por cinco pessoas. Os integrantes do Grêmio teriam privilégio nos votos para vetar qualquer proposta ou também para exigir qualquer situação – explica o conselheiro Renato Moreira.
– A Grêmio Empreendimentos não vai ser mais sócia, como estava estipulado ainda quando a TBZ fazia parte do consórcio junto com a OAS. A Grêmio Empreendimentos vai atuar na co-gestão da Arena, não como sócia. Isto foi feito justamente para não se contaminar com uma eventual dívida que possa vir a existir – explica Eduardo Antonini, um dos principais idealizadores do projeto Arena.
– A Grêmio Empreendimentos, quando foi constituída, foi projetada para outro tipo de participação. Com esta modelagem, a Grêmio Empreendimentos perdeu a força, mas a necessidade da existência dela existe – completa Raúl Régis de Freitas Lima, presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio.
No final da reunião, foram definidos os sete integrantes do conselho de administração da Grêmio Empreendimentos (GE), empresa que vai gerir todo o processo de construção da Arena. Eduardo Antonini, está fora, por decisão do G-6 – grupo político que dá sustentação ao presidente eleito Duda Kroeff.
Já sem a presença do atual presidente, que preferiu deixar o Salão Nobre do Conselho Deliberativo nesta etapa do debate, os conselheiros referendaram os nomes de Paulo Odone, Adalberto Preis, Alexandre Grendene, Teodoro Pedroti, Saúl Berdicheviski, Mauro Knijinik e Pedro Ruas para o Conselho de Administração da Grêmio Empreendimentos.
– Todos sabem que, por mim, o Antonini participaria da Grêmio Empreendimentos. Mas o Conselho decidiu que
não e quem manda no Grêmio é o Conselho
Deliberativo – disse o presidente eleito, Duda Kroeff.
Raúl Régis de Freitas Lima e Paulo Odone saíram satisfeitos após a aprovação do contrato com a OAS, empresa que irá erguer a Arena tricolor
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