O juiz Felipe Keunecke de Oliveira, do Juizado Especial Criminal dos estádios Olímpico e Beira-Rio, disse que o pedido de investigação da autoria da provocação colorada durante a vitória do Grêmio sobre o Atlético-MG no último domingo é simbólico. Criticado pela medida, Keunecke ressaltou que os torcedores precisam aprender os limites das brincadeiras com outras equipes.

No último domingo, o Grêmio venceu o Atlético-MG, mas perdeu o título do Brasileirão devido à vitória do São Paulo sobre o Goiás. Nos minutos finais dos dois jogos, um avião vermelho sobrevoou o Estádio Olímpico carregando uma faixa com a frase "Inter, o único campeão de tudo". Keunecke pediu a investigação dos envolvidos na brincadeira.

– Que o avião seja simbólico, para que as pessoas vejam que há limites – disse o juiz, que demonstrou preocupação com a forma como as pessoas podem reagir a provocações como esta. – Aquilo era um barril de pólvora, não podemos medir as conseqüências de uma multidão enfurecida – advertiu.

Keunecke chegou a citar o Estatuto do Torcedor, que, no artigo 39, prevê afastamento dos eventos esportivos entre três meses e um ano para quem "promover tumulto, praticar ou incitar a violência num raio de cinco mil metros". Ele disse que o objetivo do Tribunal, ao pedir a investigação, foi proteger os torcedores de possíveis confusões.

– Simplesmente se pediu as informações. Isso foi distribuído para um dos Juizados Especiais Criminais e, se o promotor entender que deve pedir o arquivamento e o juiz deste juizado especial criminal arquivar, está resolvido. Que isto sirva de exemplo – declarou.