| 26/11/2008 23h50min
Integrante do Grupo de Escoteiros Leões de Blumenau, Anésio Maas Filho, 13 anos, é um dos voluntários que nesta quarta-feira ajudou as vítimas da cidade na Fundação Pró-Família (onde funciona um programa assistencial da prefeitura).
No local, que concentra todas as doações recebidas pelo município, o adolescente mergulha as mãos protegidas com luvas cirúrgicas numa montanha de roupas e separa cada uma das peças. Masculinas vão para um lado, femininas para outro.
— As infantis a gente coloca naquele canto lá (aponta com o dedo para uma pilha de abrigos e moletons) — diz o garoto.
Anésio poderia estar em casa, que escapou imune às intempéries, jogando videogame, uma de suas predileções. Preferiu ir para o prédio da fundação. Lá, acompanhado de uma legião de voluntários, Anésio fez a triagem de peças de roupas.
A lógica do estudante da 7ª série do Ensino Fundamental, que desde esta quarta-feira mobilizou-se para ajudar desamparados
é simples:
— Com as pessoas
colaborando, as coisas vão para frente.
Jipeiros
Desde de domingo, jipeiros do Jeep Clube de Indaial ajudam bombeiros e representantes da Defesa Civil a chegar a locais inacessíveis. Abordo de um jipe com tração nas quatro rodas, Juarez Campos, 49 anos, e 40 amigos sobem e descem morros tomados pela lama, escombros e troncos de árvores.
— Vamos na frente para abrir ruas e levar mantimentos — conta o representante comercial Campos.
Em Blumenau, os jipeiros estão para a Defesa Civil como a infantaria para o Exército. Em situações de risco, são eles, acompanhados do Corpo de Bombeiros, os primeiros a chegar. E, em alguns casos, os últimos a sair.
Pelo serviço social que prestam, têm alimento e combustível garantido pelo município para circular durante a tragédia — benefício dispensado pelos voluntários.
— Fazemos questão de pagar do próprio bolso pelos nossos
deslocamentos — conta a bióloga Anilse Jacobsen, 42 anos, que divide o veículo com o
marido, Jorge Alberto Jacobsen, 49 anos.