| 24/11/2008 13h25min
Enquanto a região do Vale do Itajaí agoniza com as cheias, a situação no Sul de Santa Catarina está controlada apesar das chuvas dos últimos meses. O litoral Sul e a região de Tubarão não registrou óbitos, nem maiores problemas de isolamento de comunidades ou falta de água, energia elétrica e telefone. Na maioria dos casos, os estragos ocorreram somente nos sistemas viários e apenas em situações específicas, como em Imbituba, há maior risco de deslizamentos nas encostas dos morros. .
Em Tubarão, poucos bairros atingidos
Na cidade de Tubarão poucos bairros registraram ocorrências em função das chuvas. O rio está com o nível dois metros abaixo do limite para transbordar, com 3m40cm. Mesmo assim, de acordo com dados divulgados pela prefeitura, por meio do Secretário de Planejamento e responsável pela Defesa Civil, Edvan Nunes, desde o mês de outubro de 1957 a cidade não registrava a marca de chuvas como neste ano, que atingiu a 245,8mm de
precipitação pluviométrica.
As
situações mais graves ocorreram em função de um deslizamento de pedra. No Rio do Pouso houve o deslizamento de uma barreira e, no bairro Oficinas, a ameaça de desmoronamento de um muro, mas a Defesa Civil forneceu lonas para isolamento e diminuição de risco ao proprietário.
No bairro Dehon, houve alagamento em algumas ruas em função de um problema na bomba de recalque que não conseguiu escoar água para a região. Outros locais atingidos com alagamentos nas ruas foram o Loteamento Santa Cecília, Madre, Oficinas e Santo Antônio de Pádua.
Não há caso de desabrigados na cidade, mas as dependências do Ginásio de Esportes do Tubarão estão à disposição das famílias que necessitarem de abrigo.
Imbituba tem maior número de ocorrências
O município decretou estado de emergência no último sábado e, no momento, está abrigando nove pessoas no Centro de Convivência de Vila Nova, sendo quatro adultos e cinco crianças.
Segundo
o presidente do Conselho de Defesa Civil do Município,
Anderson Bernadino, todos os bairros foram atingidos destacando-se Vila Nova Alvorada (Divinéia) e Vila Alvorada (Aguada).
Na Divinéia, uma casa teve seu telhado totalmente arrancado pela chuva.
- A família foi retirada e encontra-se na casa de parentes - informou Bernadino.
Na Vila Alvorada, duas residências encontram-se em risco de desabamento. Um outro caso ocorreu próximo à entrada norte do município, na chamada Volta da Taboa, onde houve deslizamento de uma pedra que arrastou uma casa por três metros. Ninguém ficou ferido.
Garopaba e Laguna com alagamento nas ruas
Outros dois municípios litorâneos no entorno de Imbituba estão com a situação melhor. Em Garopaba, apesar do alagamento das ruas, não há maiores riscos à população.
O mesmo ocorre em Laguna, onde algumas ruas estão intransitáveis, como é o caso da estrada que liga a balsa ao Farol de Santa Marta.
Além disso, a principal avenida da orla também está danificada e a comunidade de
São Judas, em Barbacena, ficou isolada em função do alagamento na região.
Em apenas uma encosta houve risco, pois a casa ameaçou desabar, mas a família foi retirada e a região está sob monitoramento. As outras regiões mais afetadas são o Sertão da Estiva, a Carreira do Siqueiro, o Morro Grande e a Nova Fazenda.
Em Jaguaruna, ponte intransitável
A ponte que liga Içara a Jaguaruna, no Olho D'água, está intransitável em função das cheias do rio. A estrada da acesso à BR-101. No entanto, há outras formas de saída e a comunidade da região não está em risco de isolamento. O maior problema na cidade é a malha viária danificada e com muita água na pista.
São Ludgero e Gravatal fora de riscos
Assim como em Jaguaruna, os municípios de São Ludgero e Gravatal registram apenas dificuldades na malha viária. Não foram registradas inundações, desalojados ou
desabrigados. O transporte e a agricultura é o que mais preocupa a prefeitura de São Ludgero,
de acordo com o funcionário Arno Philippi.
Em Gravatal, alguns deslizamentos ocorreram e comunidades do Morro da Fátima, da Ceri e Variento chegaram a ficar isoladas durante o período em que as chuvas foram mais fortes no final de semana. A água, porém, já baixou e, apesar das péssimas condições das estradas, consegue-se chegar a todos os pontos da cidade. A prefeitura já está conduzindo trabalhos de desentupimento de bueiros.
Lauro Müller com deslizamento
Na região de Lauro Müller, na estrada que liga a cidade a Bom Jardim da Serra e está servindo de caminho alternativo àqueles que querem sair do Sul rumo à capital, houve queda de rocha que deixa o trânsito em meia pista e as obras para retirá-la só começarão quando a chuva cessar.
De acordo com o Secretário de Administração do Município, Carlos Alexandre Dandolini, também houve queda de barreira na rodovia 447, que liga Lauro Müller a Treviso,
em função das obras de pavimentação. O trânsito na região
está complicado.
Duas pontes no Rio da Vaca foram levadas pelas cheias, mas a comunidade pode chegar ao centro da cidade por outros acessos. Em Itanema uma ponte também foi levada pelo rio, mas não houve isolamento de comunidades nem registro de desabrigados.