| 20/11/2008 00h16min
A chuva da madrugada desta quarta-feira provocou um deslizamento de terra no Morro dos Coripós, em Blumenau, que arrastou lixo, móveis, galhos e árvores inteiras desceram pela encosta, deixando no caminho um rastro de barro.
A Rua Germano Grosch ficou completamente interrompida pelo deslizamento. O chão rachou, tornando o passeio pelo local um exercício perigoso. Os estragos impediram que as secretarias de Obras e Regularização Fundiária e de Habitação começassem ontem, como previsto, a limpeza e cercamento da área.
O problema poderia ter sido ainda maior: as últimas famílias abandonaram o local terça-feira, abrindo espaço para limpeza e reflorestamento do morro.
— A tendência é a situação se agravar ainda mais, devido à chuva. Com a movimentação do solo, devem surgir mais problemas. Os moradores saíram bem a tempo — afirmou o diretor da Defesa Civil, Telmo Duarte.
Ocupação irregular começou em 1981
Na Rua Olampio Tomas da Silva, funcionários da
secretaria de Assistência Social ajudavam os moradores a retirar móveis e outros bens. O funcionário Altamir Ferreira usou uma bicicleta para transportar tapetes e bancos de uma casa interditada. Da noite para o dia, paredes racharam e buracos se abriram pelo calçamento. Apesar do risco, deixar as residências não é tarefa fácil.
— Você sabe onde tem alguma casa para alugar? Já vimos umas cem, mas todas estão prontas para alugar a outros. Minha mãe e minha tia não param de chorar. Moravam aqui há 25 anos — lamentou o estudante Maiko Régis da Silva.
A Defesa Civil determinou a desocupação de 48 casas no Morro Coripós e a retirada imediata de 250 moradores em cinco de novembro. As famílias foram levadas para abrigos da prefeitura. O terreno de 30 mil metros quadrados foi ocupado de forma irregular pela primeira vez em 1981, quando um estudo geológico condenou a área.
Prédio popular seria alternativa para ex-moradores
O prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) viajou
nesta quarta-feira para Brasília em busca de recursos para atender as famílias atingidas e agilizar a construção de apartamentos na Itoupavazinha e casas populares na Itoupava Central. Os locais devem abrigar os moradores atingidos pelos deslizamentos no Morro Coripós e na Rua Pedro Krauss Sênior, no Vorstadt, que também sofre com deslizamentos de terra.
A obra na Itoupavazinha prevê 72 apartamentos, com verba do Ministério das Cidades. Até que fique pronto, o que está estimado para agosto de 2009, a prefeitura promete custear o aluguel em até R$ 300 por três meses.
Na quarta-feira, cavaletes que alertavam para a interrupção do tráfego de veículos na Germano Grosch foram soterrados. Agentes de trânsito foram deslocados para as ruas do Morro Coripós, orientando o tráfego de veículos e impedindo a entrada de curiosos nas áreas de risco.
Na quinta-feira, as secretaria de Obras e Regularização Fundiária e Habitação devem começar a demolição das casas
que já tiveram todos os bens
retirados. Após os trabalhos, a área deve ser cercada para impedir novas ocupações.
Quarenta família que moram na Rua Pedro Krauss Sênior, Bairro Vorstadt — atingida por deslizamentos semana passada — começam a retirar móveis e bens das residências.