| 13/11/2008 09h44min
No ano passado, a esta altura do campeonato, a direção do Figueirense já tinha mapeado os jogadores que ficariam no elenco no ano seguinte, contratos já haviam sido renegociados, o planejamento já andava de vento em popa. Este ano foi diferente. A indefinição sobre o calendário atrapalha, também, a montagem do grupo para a próxima temporada.
A fase irregular do time e o fato de o clube lutar contra o rebaixamento influem no pensamento dos dirigentes, mas não é só isso. Existem outros aspectos que refletiram na mudança de postura. Os acordos firmados com os atletas, principalmente aqueles contratados lá no início do ano, para a disputa do Campeonato Catarinense, são longos e, por enquanto, não exigiram uma revisão. A maior parte do grupo, cerca de 60%, já tem contrato para o ano que vem.
— Este ano a gente já fez a maior parte dos contratos mais longos. Com aqueles que foram contratados durante a competição é que foram feitos contratos até o fim do ano e a gente tem que aguardar. Por exemplo: o Alex, que a torcida gostou, nós gostamos, temos interesse em que ele permaneça. Mas isso depende do São Paulo. Como ele veio para cá em setembro, não adianta conversar agora — pondera o superintendente da Figueirense Participações, Rodrigo Prisco Paraíso.
O restante da defesa tem contrato até o ano que vem, assim como o meia Marquinho. Outro que está emprestado, interessa ao clube e já está em fase de renovação é o goleiro Wilson. Já o capitão Cleiton Xavier, cujo empréstimo junto ao Inter acaba em dezembro, anunciado pela Traffic, deve ser colocado no Palmeiras.
Direção espera por reflexos da crise financeira
A diretoria alvinegra afirma que vai investir em um time competitivo, seja para recuperar a posição na Série A (caso o time caia para a Segunda Divisão), seja para realizar uma campanha mais regular — e sem sustos — do que a de 2008 (em caso de permanência na elite). Por enquanto, porém, a indefinição do calendário e a instabilidade na economia internacional adiam os planos.
Rodrigo Prisco acredita que o volume de negociações de atletas dos clubes será menor e isso pode influenciar no mercado. Por isso, estão aguardando. Se fizer contratos muito longos, a um preço muito alto, agora, corre o risco de se comprometer com um investimento fora da realidade do mercado no ano que vem. Isso porque em pouco tempo, pela atual conjuntura, os valores praticados podem ser desvalorizados na próxima temporada.
— Toda esta crise econômica vai chegar no futebol. Os salários que estão sendo praticados este ano, que foi a maior dificuldade que a gente encontrou no mercado, não vão ser praticados no ano que vem. Vai baixar, com certeza — projeta o superintendente.
— Salários de R$ 35 mil e luvas de R$ 120 mil, que outros clubes praticavam, nós não praticamos isso, não vão ocorrer, os clubes não vão conseguir manter um padrão tão alto, até pela própria desvalorização do real — argumentou.
Instabilidade do time e da economia fazem com que o clube, segundo Rodrigo Prisco, tenha cautela
Foto:
Roberto Scola