| 10/11/2008 18h08min
A Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília negou nesta segunda-feira que o delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, vá ser indiciado ainda esta semana em inquérito policial que investiga o vazamento de informações durante as investigações.
A assessoria do órgão disse à Agência Brasil que o delegado Amaro Viera Ferreira, da Corregedoria da PF, ainda não relatou o inquérito e que por essa razão ainda não é possível indiciar nenhuma pessoa.
De acordo ainda com a assessoria, não há prazo para que o inquérito, que corre sob sigilo, seja relatado.
A possibilidade do delegado Protógenes Queiroz ser indiciado foi veiculada nesta segunda em jornais de grande circulação nacional.
Uma reportagem do jornal O Globo afirma que Protógenes será indiciado ainda esta semana pelos crimes de quebra de sigilo funcional, desobediência, usurpação de função pública, prevaricação, grampos e filmagens clandestinas.
O jornal também afirma que o delegado
pode responder pelo uso de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sem conhecimento de seus superiores e de ter informado com antecedência a uma emissora de TV e a outros policiais os nomes das pessoas que seriam presas durante a Operação Satiagraha.
Na semana passada, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo afirmou que o delegado corregedor Amaro Vieira Ferreira teria quebrado o sigilo telefônico, sem ordem judicial, de dezenas de aparelhos Nextel usados por jornalistas na noite em que a operação foi deflagrada, para tentar descobrir o responsável pelo vazamento da operação à imprensa.
Em nota, a PF negou a informação, afirmando que "não investiga jornalistas no referido inquérito policial".
Afastamento
A Operação Satiagraha, deflagrada pela PF no dia 8 de julho, prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Uma semana depois, o delegado Protógenes deixou a condução da operação. Na
época, a PF alegou que o próprio delegado pediu o seu afastamento do caso para fazer um curso superior de polícia em Brasília. Mas o delegado fez uma queixa formal à Procuradoria da República em São Paulo afirmando ter sido afastado das investigações.
Segundo a PF, depois de ser relatado, o inquérito feito pela corregedoria será encaminhado para o Ministério Público Federal, que pode abrir uma denúncia e levá-lo à Justiça, devolvê-lo para a PF ou até mesmo considerá-lo inadequado, sem encaminhá-lo para nenhum outro órgão.