| 06/11/2008 15h40min
Em sustentação oral proferida em tom de voz elevado, praticamente aos gritos, o advogado do banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Oppoturnity, Nélio Machado, fez hoje no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) críticas ao delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, ao Ministério Público Federal (MPF) e ao juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo — responsáveis pela prisão de Dantas em julho, no curso da Operação Satiagraha, da PF.
Os ministros do STF analisam neste momento o mérito do habeas corpus ajuizado pela defesa do banqueiro contra a prisão preventiva, revogada à época por duas liminares concedidas pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes. Segundo Machado, vários episódios da investigação foram noticiados pela imprensa antes de chegarem aos advogados e as autoridades teriam demonstrado despreparo na condução do inquérito.
— Doutor Fausto (De Sanctis) tem apaixonamento pela causa, não tem isenção nem equilíbrio — criticou
Machado, ao ressaltar que
o magistrado viu uma “conexão delirante” entre a investigação e uma suposta organização criminosa e afrontou decisões do Supremo.
O advogado de Dantas se referiu ao delegado Protógenes, afastado do caso após a prisão do banqueiro, como um “famigerado” que teria colocado indevidamente a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas investigações.
Ao defender a confirmação do habeas corpus, concedido em caráter liminar, Machado definiu as pendências judiciais de seu cliente como uma “luta da força do direito contra a força de um estado policial que se tenta implantar no país”.