| 02/10/2008 02h32min
Foram 12 segundos entre a comemoração digna de gol e a perplexidade. Guiñazu provocou emoções opostas na torcida ontem à tarde no 0 a 0 com o Universidad Católica, que classificou o Inter às quartas-de-final da Copa Sul-Americana.
Clique para ver como foi a lesão do argentino:
Oargentino entrou aos 13min30s do segundo tempo e deixou euforicos os colorados. Apenas 12 segundos depois, no primeiro lance, caiu sobre o braço e deslocou o cotovelo esquerdo. Menos de duas horas depois, o diagnóstico apontou luxação e previsão de, pelo menos, 21 dias parado.
Como usará gesso na primeira semana e, depois,
imobilização móvel, Guiñazu só poderá fazer atividades físicas. Pelo cálculo do diretor médico
Paulo Rabelo, o volante ficará de fora dos jogos contra Coritiba, Goiás, Atlético-PR e Boca, pela Sul-Americana. Talvez volte contra o Atlético-MG, dia 25. Mas, quando se trata de Guiñazu, qualquer previsão pode se esfumar.
Ontem, Tite resolveu tirá-lo do banco para levar o time à frente. Quando o volante foi chamado pelo preparador físico Fábio Mahseredjian, o público comemorou. Como de costume, o argentino entrou em alta rotação. Ao pegar na bola, tabelou e avançou para cima de Martinez. Na dividida, caiu sobre o braço. Em seguida, sentou-se no gramado segurando-o, o que fez com que ninguém percebesse a gravidade da lesão. Quando viu o companheiro deitar de novo, Ramon se aproximou e chamou, desesperado, o médico.
O médico Carlos Poisl e o massagista Juarez Quintanilha entraram no gramado, e ao verem o cotovelo de Guiñazu deslocado, pediram a substituição. Apesar da dor que já tomava todo o tronco como contou mais tarde no Hospital Mãe de Deus, o volante queria voltar
ao jogo. Poisl precisou
convencê-lo do contrário. Chorando, ele caminhou lentamente pela lateral, ouvindo os aplausos da social.
No vestiário, o cotovelo de Guiñazu foi recolocado no lugar. Em seguida, o volante foi conduzido para o Mãe de Deus. Chegou com a roupa do jogo e chinelos. O raio X descartou fratura, e o exame de ressonância magnética confirmou a luxação e o rompimento de ligamentos. Para alívio dos médicos, não houve fratura. Mesmo que mínima, ela exigiria cirurgia e abreviaria a temporada do argentino.
— Dentro do azar, ele teve sorte — resumiu Rabelo.
No hospital, Guiñazu contrariou-se com o gesso no braço. Rabelo teve de usar a psicologia. Com a imobilização e o jaleco do hospital, o volante entrou no carro do médico e foi para casa.
— Quero jogar sempre, mas agora tenho de esperar. Vou me recuperar tranqüilo — resignou-se.