| 30/07/2008 23h32min
O português Henrique Calisto, 55 anos, vive no Vietnã desde 2000. Treinador de clubes como Boavista, Braga, Slagueiros e Acadêmica de Coimbra, em sua terra natal, Calisto resolveu desbravar o futebol no sudeste da Ásia. Está no comando da seleção do Vietnã há três meses. Fez apenas um amistoso. No mês passado perdeu para a seleção olímpica da China — adversária do Brasil — por 3 a 2.
Segundo Calisto, o time chinês não é bom tecnicamente, mas possui jogadores velozes e altos. Aliás isso é algo que o preocupa no desenvolvimento do futebol vietnamita. Para ele, a baixa estatura e a falta de boas condições para que a população tenha um dieta adequada, serve de exemplo. Ele chega a arriscar "peixe por aqui cresce em balde", numa referência à preferência dos moradores locais, por arroz e frutos do mar.
Calisto diz que como eles não comem carne vermelha perdem proteínas e isso acarreta diversos problemas. Absolutamente integrado à cultura do Vietnã, Calisto discorre sobre
assuntos como violência
(que segundo ele é quase zero), saúde e história do país com a maior naturalidade.
— Sempre procuro me informar sobre as coisas — diz, para depois acrescentar:
— Se fosse ficar só no mundo do futebol, ficaria alienado.
Numa demonstração clara da história vietnamita, Calisto afirma que o "gás laranja — utilizado pelos EUA na guerra contra o Vietnã — ainda traz seqüelas em parte da população".
O treinador trabalha com auxiliares locais e tem no goleiro brasileiro Fábio, que atuou nas categorias de base do Vasco da Gama, um de seus principais jogadores.
A aventura no Vietnã, que começou em Ho Chi Mihn (Saigon) é considerada vantajosa por Calisto.
— Aqui o mês dura 30 dias — afirma.
No comando do Vietnã há três meses, Calisto fez apenas um amistoso e perdeu para a seleção olímpica da China
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