Mais manutenção do que treinamento. Espremido pelo calendário do Brasileirão, que prevê jogos duas vezes por semana entre julho e agosto, o Grêmio altera sua rotina de trabalho. É como se o time passasse a treinar durante os jogos, compara o diretor-executivo de futebol, Rodrigo Caetano.

A carga de atividades técnicas e físicas será substancialmente reduzida. Até a semana passada, com jogos só nos finais de semana, o técnico Celso Roth orientava treinos em dois turnos às terças e quintas-feiras. Agora mudou: quase não sobrará tempo para coletivos, o que reduz a chance de observar juniores.

O preparador físico Flávio de Oliveira também precisará elaborar uma nova planilha de trabalho. É certo que não irá mais comandar quatro sessões físicas semanais.

Por ironia, no auge do inverno, os jogadores passarão a fazer duas vezes por semana a recuperação em banheira com gelo. Batizada como crioterapia, a imersão dura de oito a 10 minutos e é recomendada para apressar a cura de lesões musculares. A baixa temperatura, que varia de 0 a 5°C, provoca um alívio dos traumas e fadiga sofridos durante os jogos.

Rodrigo Caetano não teme queda de rendimento. Todas as equipes estarão com o mesmo problema.

Ele prevê prejuízo apenas para quem disputar a Sul-Americana, a partir de agosto, caso do Grêmio.

— A partir daí, o que vai pesar é a qualidade do elenco. Será preciso ter reposição — entende o dirigente.

Por isso, o Grêmio trata de aumentar as soluções para Celso Roth. O clube apóia a ação em que o Sindicato dos Jogadores Profissionais busca antecipar a inscrição do meia Tcheco. Como veio do Exterior, ele só poderia atuar a partir de 6 de agosto.

Através de liminar judicial, o Atlético-PR vem escalando o volante Fahel, que também estava fora do país. E o Santos inscreveu o atacante Maycon e o volante Roberto Brum, que viviam situação idêntica.

— Essa rotina de só treinar prejudica a gente — reclama Tcheco.