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 | 01/07/2008 15h14min

Para Stewart, Senna não teria vencido tanto sem Prost

Ex-piloto considera que tetracampeão contribuiu para o desenvolvimento do brasileiro

Três vezes campeão da Fórmula-1, Jackie Stewart deu uma opinião polêmica durante um evento de um patrocinador da Williams. De acordo com o veterano, o tricampeão mundial Ayrton Senna não teria sido tão vitorioso na principal categoria do automobilismo se não tivesse sido companheiro de Alain Prost na McLaren.

– Alguns pilotos são muito rápidos, mas não absorvem tantas informações sobre como fazer o carro trabalhar da melhor maneira possível. Na minha opinião, Prost é um dos melhores de todos os tempos porque fazia o carro trabalhar para ele e para Senna. Não acho que Senna teria vencido tanto se Prost não estivesse lá – comentou o escocês.

Grandes rivais, Senna e Prost dividiram o paddock da McLaren por duas temporadas (1988 e 1989), com um título para cada. Em 1990, o francês foi para a Ferrari, por onde permaneceu por dois anos. Ele optou por um período sabático em 1992, mas voltou no campeonato seguinte para conquistar o seu quarto título mundial. Stewart, porém, também reconheceu os méritos do brasileiro.

– O que Prost fez para a McLaren ajudou muito Senna, que era um piloto mais livre, com um feeling, habilidade e técnica superior. Mas o Prost tornou isso possível. É só você olhar a câmera onboard e ver os movimentos: dificilmente a roda se movia com Prost – analisou.

O comentário de Jackie Stewart sobre Senna surgiu enquanto ele defendia a introdução da figura do técnico na F-1.

– Uma das fraquezas da Fórmula-1 é a falta de treinamentos. Acho que este é o único esporte que não tem um técnico. Em Wimbledon, por exemplo, eles estão lá, assim como no futebol, no rugby, no críquete e no golfe. E isso faz a diferença – comentou o veterano. – Aquele acidente no pit lane de Montreal, por exemplo (na ocasião, Lewis Hamilton e Nico Rosberg se envolveram em uma batida tirando Kimi Raikkonen, que estava parado, da prova). Por que ele aconteceu? Havia muita interferência na cabeça deles e eles não perceberam que o pit estava fechado. Quando o safety car entrou na pista e eles foram para os boxes, deveria haver alguém, como um técnico, para acalmá-los mentalmente – argumentou Stewart.

GAZETA PRESS
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