| 27/06/2008 05h18min
Desde segunda-feira, a rotina de Marcel não se altera. Quando sai de casa, no bairro Menino Deus, ouve do porteiro do prédio o pedido para que ajude o Grêmio a vencer o clássico de domingo. Paulista de Mirassol e estreante em Gre-Nal, o centroavante se mostra impressionado com o efeito que o maior jogo gaúcho provoca nas pessoas.
Éa mesma sensação vivida por Victor, Réver, Willian Magrão, Roger, Paulo Sérgio, Helder e Perea, os outros sete debutantes gremistas.
— Hoje (ontem), cheguei ao estádio às 8h e já havia fila para comprar ingresso. O pessoal aqui é muito mais fanático do que em qualquer outro lugar — diz Marcel, cujas passagens por Coritiba e Cruzeiro permitiram conhecer a rivalidade com Atlético-PR, Paraná e Atlético-MG.
Marcel assistiu das cadeiras do Olímpico ao último Gre-Nal, dia 16 de
setembro. Ainda se recuperava de cirurgia de apendicite. Desta
vez, seus planos são audaciosos.
— O jogo é especial. Passa um monte de coisas pela minha cabeça quando estou deitado. Mentalizo os cruzamentos e como fazer para me desvencilhar da marcação. Tudo que quero é fazer um gol. Se for de cabeça, melhor ainda — empolga-se o centroavante, autor de dois gols pelo Grêmio neste retorno ao clube.
Bem articulado, Roger diz que a exacerbada rivalidade local se explica pela existência de apenas dois grandes clubes. No Rio e em São Paulo, cidades em que também atuou, "ela se dilui mais" pela quantidade de rivais.
Livre dos traumas provocados pela seqüência de lesões musculares sofridas no tempo do Flamengo, o meia se diz preparado para enfrentar as asperezas do jogo.
— Pela proximidade com Argentina e Uruguai, os gaúchos têm esse espírito de raça, de gente acostumada a brigar por territórios. Vou tentar encarnar esse mesmo espírito. E agregar ao clássico o que aprendi de bom em
outros locais — promete o meia.
Reconhecido pela frieza em campo, o goleiro Victor sabe que, desta vez, será diferente. Ele pensa na emoção que sentirá ao entrar em campo e enxergar o estádio lotado. Nas suas idas ao shopping e ao supermercado, ele sente "o clima da partida".
— Estaria mentindo se falasse que não estou ansioso. O coração vai bater forte quando eu pisar no gramado — confessa.
O colombiano Perea garante ter bom retrospecto nos clássicos disputados na Colômbia. Suas contas registram seis gols pelo Nacional, de Medellín, contra o Independiente, curiosamente vermelho como o Inter.
— Lá é uma guerra. E sempre marquei gols. Aqui, também quero fazer minha história no clássico. Sei que todos esperam por este jogo — afirma.
Autor de três gols no Brasileirão, o atacante prefere não fazer promessas para domingo. Seu único compromisso "é a entrega no jogo".
O grupo de estreantes do Olímpico conta ainda com o lateral Paulo
Sérgio, o zagueiro Réver e os guris Magrão e Helder, que
ainda não jogaram o clássico como profissionais.
Saiba mais sobre a história dos Gre-Nais clicando no gráfico abaixo:
O serviço do jogo
Roger acha que a proximidade do RS com a Argentina e o Uruguai é uma das razões do Gre-Nal ser tão acirrado
Foto:
Valdir Friolin