| 17/06/2008 11h41min
O técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, se solidarizou a Dunga nesta terça. Se Wanderley Luxemburgo fala constantemente sobre o seu desejo de retornar à Seleção Brasileira, o técnico do São Paulo prefere não se candidatar ao posto. O emprego de Dunga, ameaçado após as derrotas para Venezuela, em amistoso, e Paraguai, pelas Eliminatórias para Copa do Mundo, desperta inveja em seus colegas de profissão. É o que diz Muricy:
– Muita gente está de olho nessa vaga. Mas não sou desse tipo, que força a barra. Chego por méritos – afirmou.
Embora Muricy Ramalho não tenha nomeado a “muita gente” a qual se referiu, o recado vale para Luxemburgo. O treinador do Palmeiras, que divulgou recentemente interesse da seleção mexicana e do Lyon em sua contratação, sonha com o cargo de Dunga. Classifica-se como postulante a técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014.
– Não sei se isso é um lobby – evitou conflito Muricy Ramalho, que já criticou
Luxemburgo em 2008.
Semanas antes de
trocar conselhos com Vágner Benazzi, técnico da Portuguesa, o são-paulino reprovou conversa entre o palmeirense e Renato Gaúcho, do Fluminense, que eliminou sua equipe da Libertadores da América.
– O Luxemburgo tem esse sonho de voltar à Seleção. Talvez seja pelo modo como saiu da outra vez. Agora, ele diz que se preparou para voltar, assim como fiz no São Paulo – comparou.
Defendendo-se de acusações na CPI do Futebol à época, Luxemburgo deixou o comando da Seleção após sua equipe fracassar nos Jogos Olímpicos de 2000. Muricy Ramalho se considera menos ambicioso que o técnico do Palmeiras.
– Não sou assim. Sonho é uma coisa, loucura é outra. Não tenho essa loucura de dirigir a Seleção e nem perco o sono com isso. Estou muito contente no São Paulo – avisou.
Apesar do discurso, Muricy parou para pensar antes de responder sobre uma eventual proposta para substituir Dunga.
– Fui pego de surpresa com essa pergunta. Já tive convites de seleções de fora e não aceitei. Não sei qual seria minha reação se fosse o Brasil, uma coisa única na carreira de um treinador. Defender o seu país é diferente – reconheceu.
Por enquanto, porém, a realidade de Muricy Ramalho é o São Paulo. E ele está satisfeito no Morumbi.
– Todos os técnicos precisam falar pouco em relação ao Dunga, porque ele está passando por um momento difícil pela primeira vez. Precisamos dar apoio, e não apoio falso. Os números dele são ótimos. Deixem o cara trabalhar – defendeu.
GAZETA PRESS