| 09/06/2008 15h03min
A disputa pelas duas vagas do vôlei de praia masculino brasileiro à Olimpíada de Pequim entrará na reta final a partir desta quarta-feira. O qualifying do Grand Slam de Berlim começará a decidir a sorte das quatro duplas que sonham representar o Brasil na China em agosto. O veterano cearense Franco e o parceiro carioca Pedro Cunha tentarão passar para a chave principal, onde já têm presença garantida os líderes do ranking Pedro Solberg e Harley, os detentores do título na cidade alemã Márcio e Fábio Luiz e os pentacampeões do Circuito Mundial Ricardo e Emanuel.
A data limite para a contagem de pontos é 20 de julho, dia do encerramento do Aberto de Marselha, na França. Mas é pouco provável que os resultados na Costa Azul venham a exercer qualquer influência na classificação depois dos Grand Slam de Paris (França), Stavanger (Noruega) e Moscou (Rússia), que serão decididos em finais de semana sucessivos logo após Berlim. Valerão apenas os oito melhores resultados no período iniciado em 1º de janeiro de 2007. Como os Grand Slam distribuem pontuação bastante superior aos abertos – 200 pontos a mais para os vencedores da etapa, por exemplo -, os nomes deverão ser conhecidos até o fim deste mês.
Medalhistas de ouro em Atenas/2004 e campeões do Aberto da Polônia neste domingo, Ricardo e Emanuel chegam a Berlim com 5, 3 mil pontos. Estão virtualmente classificados, já que somam dois títulos de Grand Slam – Paris e Klagenfurt (Áustria) - e os seis abertos de Stare Jablonki (Polônia), onde venceram duas vezes, Espinho (Portugal), Montreal (Canadá), Fortaleza (Brasl) e Kristiansand (Noruega).
A luta pela segunda vaga é que está pegando fogo. Márcio e Fábio Luiz ganharam os Grand Slam de Berlim e Stavanger, além do Aberto de Roseto degli Abruzzi em 2007. Completam os 4.740 pontos com terceiros lugares em São Petersburgo, Stare Jablonki, Fortaleza e o quarto no Grand Slam de Klagenfurt e no Aberto de Xangai (China). O problema é que, desde a conquista do último título da parceria há quase um ano em Berlim, vêm assistindo à impressionante ascensão de Pedro Solberg e Harley. Juntos desde o ano passado, os dois venceram seis abertos: duas vezes em Xangai, Aland (Finlândia), São Petersburgo, Adelaide (Austrália) e Roseto degli Abruzzi, integralizando os 4.560 pontos com os terceiros lugares em Manama (Bahrein) e Montreal.
A tarefa mais complicada cabe a Franco e Pedro Cunha. Além de terem vencido apenas o Aberto de Marselha, terão de se submeter aos torneios preliminares ao menos nos dois primeiros Grand Slam, correndo o risco de sequer passar ao grupo de elite. Como se não bastasse, Pedro Cunha esteve afastado dos dois últimos torneios, recuperando-se de contusão no tornozelo esquerdo. Com 4.200 pontos, dependem não somente das próprias forças, como também de uma combinação favorável de resultados.
O mais provável, portanto, é que a segunda vaga fique entre Márcio/Fábio Luiz e Pedro Solberg/Harley. Nos três torneios mais recentes, Márcio e Fábio Luiz conseguiram estancar a hemorragia de pontos que irrigou a campanha dos adversários. Era de 600 no início da temporada, despencou, mas se mantém em 160 desde a quarta etapa. Em prol da equipe orientada pelo treinador Renato França conta, no entanto, o momento mais inspirado. Em 12 torneios deste ano, incluindo cinco no circuito brasileiro, chegaram sempre à frente dos campeões mundiais de 2005.
– Agora é a hora de a onça beber água. Se mantivermos essa regularidade, acredito que vamos chegar lá – avisou Harley.
Márcio e Fábio Luiz reconhecem a queda de rendimento neste ano, mas lembram que todo o planejamento do técnico Ronald Rocha levou em conta a importância do mês de junho na preparação da dupla.
– Focamos os Grand Slam porque são eles que vão decidir a parada. O importante é que estamos voltando à nossa forma. Nos últimos torneios, perdemos para duplas fortes, enquanto no início do campeonato fomos surpreendidos por equipes sem tantas credenciais – lembrou o capitão Márcio.