| 30/05/2008 14h49min
O ex-treinador da Inter Roberto Mancini afirmou, nesta sexta, que entrará com um processo contra a equipe italiana por ter prejudicado sua imagem com informações falsas. Na quinta-feira, o clube anunciou oficialmente a demissão do técnico e deu como justificativa as declarações feitas por ele em 11 de março, após a eliminação da Liga dos Campeões para o Liverpool. Mancini teria dito que estava de saída, o que irritou os dirigentes.
– A decisão de sair é baseada em fatos que ofenderam gravemente minha honra e minha reputação. Pedi ao meu advogado que tutele minha imagem em todos os âmbitos competentes – disse o treinador em comunicado.
Ao comentar o incidente, o treinador só falou que não tinha certeza de sua permanência no clube ao final desta temporada. O problema é que a nota dizia ainda que sua saída ocorreu por "fatos divulgados recentemente" - mais precisamente, pela divulgação na imprensa italiana, em 15 de maio, de supostas conversas telefônicas entre Mancini e Domenico Brescia, suposto aliado da Ndrangheta, máfia da Calábria (sul do país).
– Há uma parte do comunicado que tenta ligar a demissão às escutas telefônicas, o que prejudicou meu cliente – afirmou Stefano Gagliardi, advogado do treinador.
Ele acha ainda que a Inter também pode usar o suposto envolvimento de Mancini com a máfia para qualificar de procedente sua demissão - o que reduziria a indenização ao técnico, com contrato até junho de 2012 e recebendo seis milhões de euros por temporada.
– Não se pode alegar demissão por justa causa com questões como estas. O que ocorreu é muito grave. Ele está irritado e decepcionado – comentou o advogado de Mancini.
Mesmo assim, o ex-comandante da equipe agradeceu "como treinador" ao presidente da entidade, Massimo Moratti, ao time, comissão técnica e principalmente à torcida, que esteve ao seu lado "em quatro anos de grandes sucessos".
AGÊNCIA EFE
Inter pode usar o suposto envolvimento de Mancini com a máfia para qualificar de procedente sua demissão
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Luca Bruno, AP