| 16/05/2008 14h34min
Autorizado pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) a disputar os Jogos Olímpicos de Pequim mesmo com próteses nas duas pernas, o atleta sul-africano Oscar Pistorius sonha agora em obter o índice disputar os 400m rasos na China. Sua melhor marca é de 46s46, quase um segundo acima do índice olímpico de 45s95
– Agora posso tentar alcançar o sonho de participar dos Jogos Olímpicos. Se não conseguir em Pequim, que seja em 2012, em Londres – afirmou o atleta em entrevista coletiva realizada em Milão, na Itália.
Pistorius disse que este é o dia “mais feliz” de sua vida, pois conseguiu comprovar que as próteses nas pernas não lhe dão vantagem sobre os demais, como alegou a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF).
O atleta reconheceu que não está na melhor forma física porque não participou de nenhuma competição desde que foi suspenso pela IAAF, razão pela qual apresentou um recurso no TAS.
– Fiquei para trás na preparação e os dois meses que restam até Pequim não são suficientes para conseguir a classificação, mas trabalharei duro para tentar – comentou o sul-africano.
Caso não consega o índice para os 400m, Pistorius terá outra alternativa para realizar o sonho olímpico. Ele poderá ser chamado pela equipe da África do Sul para competir no revezamento 4x400m, que não exige qualquer índice.
O TAS justificou a decisão de liberar Pistorius para competir entre os atletas não-deficientes em Pequim. Segundo o Tribunal, não ficou comprovado que as próteses de suas pernas lhe davam vantagem. Para basear sua afirmação, apresentou uma seção do regulamento da IAAF.
– O TAS considera que a IAAF não provou que os efeitos biomecânicos pelo uso destas próteses dêem uma vantagem a Oscar Pistorius diante de atletas que não as usem – disse o tribunal.
A corte explicou que a decisão afeta apenas Pistorius e o uso de suas próteses, sem se estender a outros atletas paraolímpicos. O tribunal também não excluiu a possibilidade de a IAAF demonstrar que a prótese em questão possa realmente dar vantagem ao atleta.
EFE