| 26/12/2002 21h12min
Nesta sexta-feira, dia 27, a suinocultura catarinense estará com a atenção voltada para a Rússia. A embaixada do Brasil em Moscou terá uma audiência com autoridades russas para tentar retomar as importações de carne suína de Santa Catarina, suspensas desde o dia 24 devido à ocorrência do vírus Aujeszki no rebanho.
Na reunião, serão apresentados relatórios comprovando que a doença está praticamente erradicada do Estado e não representa risco à saúde humana ou de contaminação do gado.
Segundo o secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, não há justificativas técnicas para a suspensão das importações, já que a doença está controlada.
O ministério mandou documentos para a Rússia comprovando o controle da doença. Os técnicos federais interromperam o recesso de fim de ano para tentar reverter a situação.
Na sexta também haverá uma reunião em Chapecó, convocada pelo Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne), para que produtores e indústrias possam discutir o assunto.
A preocupação é com os prejuízos que o embargo vai provocar em toda cadeia produtiva. O setor fatura cerca de US$ 50 milhões por mês na exportação de carne suína para a Rússia.
Assim que soube do problema, o secretário de Estado da Agricultura, Otto Luiz Kiehn, fez contato com a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, que imediatamente acionou a embaixada do Brasil em Moscou.
Os representantes do Brasil vão repassar ao governo informações sobre o programa de erradicação do vírus Aujeszky, que vem sendo realizado desde 2001, e praticamente já controlou a doença.
O vírus foi detectado em 37 mil animais, o que corresponde a 1,5% do total de rebanho suíno do Estado. Destes, 90% já foram abatidos. Nas propriedades afetadas foi realizado um rígido trabalho para evitar novos focos.
Kiehn está confiante num resultado positivo da reunião.
– A expectativa é positiva. Vamos reverter a situação – afirmou.
Caso a audiência não dê o retorno esperado, o governo federal se comprometeu em enviar técnicos à Rússia, para que o embargo seja suspenso o mais rápido possível.
VIVIANE ARAÚJO / DIÁRIO CATARINENSE