| 25/04/2008 08h42min
Não é exagero dizer que a reação colorada na Copa do Brasil, que culminou na goleada de 5 a 1 sobre o Paraná, começou ainda na Vila Capanema, logo depois de o Inter levar 2 a 0 dos paranaenses, em 16 de abril. O volante Magrão desceu o túnel enfurecido e, no vestiário, viu o restante do grupo cabisbaixo.
– Ainda não acabou! – berrava o volante, que recusou a janta naquela noite.
Depois de passar pelo Caxias e avançar às finais do Gauchão, era hora de pensar no Paraná. No começo da semana, o técnico Abel Braga reuniu o grupo antes do treino, e bradou, voz firme:
– Quero dizer que acredito na classificação na Copa do Brasil. De verdade.
Houve silêncio. Fernandão respondeu:
– Eu também acredito.
Logo, Clemer e Iarley repetiram. Magrão. Marcão. Bustos, Nilmar, Orozco. Todos.
– Ali começou nossa vitória sobre o Paraná – aposta Fernandão.
Na concentração, durante a tarde de quarta-feira, antes do jogo de volta contra o Paraná, dezenas de torcedores perambulavam pelo saguão do Hotel Milenium para dar força ao grupo.
A força da torcida
Por volta das 20h, quando a delegação rumou ao Beira-Rio, o congestionamento na Avenida Borges de Medeiros prendeu o ônibus por 20 minutos. Os atletas ouviram a massa a cantar nas ruas. Alguém, no ônibus, imitou.
– Aquilo nos entusiasmou e passamos a cantar: "Vamo, vamo, Inter"! Chegamos ao Beira-Rio loucos para o jogo começar logo – contou Marcão.
O uniforme branco
No estádio, Clemer e Marcão falaram sobre usar o uniforme branco, do Mundial, para dar sorte. Fernandão advertiu:
– Se é para ser o branco, temos que nos classificar. Este uniforme não pode perder.
Com o branco da sorte, o capitão vê Guiñazu no vestiário, de pé. Aos gritos, Fernandão pede vitória. Para dedicá-la a Guiñazu, aos companheiros vítimas da hepatite e, claro, à torcida.