| 16/04/2008 18h01min
O dinheiro da venda de Ronaldinho não seria exclusivamente para investimentos no futebol. De acordo com Gustavo Pinheiro, diretor-executivo jurídico do clube, da possível arrecadação a partir do Mecanismo de Solidariedade da Fifa, 70% do valor iria para o condomínio de credores do clube, o que faz o montante diminuir consideravelmente. O Grêmio receberia R$ 2,4 milhões mas apenas R$ 720 mil poderia ser investido no futebol.
— Infelizmente, já tem destino certo esse dinheiro. Para o caixa do clube sobra muito pouco — declarou Pinheiro.
Especula-se que o ex-craque gremista estaria em negociações com o Milan, e pode ser vendido pelo Barcelona, seu atual clube, por cerca de 30 milhões de euros (R$ 79,49 milhões). De acordo com o Mecanismo de Solidariedade, o clube formador do atleta tem direito a uma determinada quantia, calculada a partir da idade em que o jogador ingressou até o momento em que deixou o clube.
A conta é um pouco complicada: a Fifa
estipula uma tabela com porcentagens de
acordo com a fase que o jogador esteve no clube que o formou. Dos 12 aos 16 anos, o coeficiente é 0,25% ao ano. A partir dessa idade, até os 23, o número passa para 0,5%. Levando em conta o valor de 30 milhões de euros, e que Ronaldinho vestiu a camisa do Grêmio pela primeira vez aos oito anos (o mecanismo só é válido a partir dos 12) e deixou o clube quando tinha 20 anos, o Grêmio teria direito a 3% deste valor — equivalente a R$ 2,4 milhões.
— O clube tem 30 dias para depositar o valor. Passados os 30 dias e não pagaram, pedimos para a CBF a certidão do passaporte do jogador, que é uma especie de carteira profissional internacional. Com base neste documento, vamos à Fifa e eles notificam o clube. Daí pode haver litígio ou não — explica Pinheiro.