| 10/04/2008 14h39min
Em ano olímpico, vale todo tipo de incentivo para melhorar a performance dos atletas. Para motivar ainda mais os judocas brasileiros na luta por medalhas nos Jogos de Pequim, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) irá pagar salários aos titulares da seleção a partir deste mês até setembro.
Cada atleta receberá R$ 3,5 mil por mês. Os recursos para assegurar os pagamentos são oriundos da Lei Agnelo-Piva, segundo explicou o presidente da CBJ, Paulo Wanderley. O judô recebe 3,5% de repasse do recurso federal. Em 2006, a porcentagem equivaleu a R$ 1.572.059,55.
– Esta é uma idéia antiga da confederação. Já fazemos o pagamento de premiação por resultados, bônus e estamos retomando o pagamento mensal – disse o dirigente.
Segundo Wanderley, esta não é a primeira vez que a CBJ remunera regularmente seus atletas. Em 2003, os judocas recebiam uma quantia que variava de acordo com seu desempenho e qualificação em competições.
– Agora, todo mundo vai receber a mesma quantia – destacou Wanderley.
Com data certa para terminar, o pagamento de salários é um projeto que a CBJ gostaria de manter permanentemente. Mas enquanto isto não for possível, ele será adotado ocasionalmente.
– Sempre que for possível e viável economicamente – salientou o dirigente.
A adoção dos salários, acredita Wanderley, ajudará a modalidade a assumir uma atitude cada vez mais profissional. Mas apesar do incentivo financeiro extra ser importante, Paulo Wanderley destaca que uma boa performance em Pequim não poderá ser creditada a isto.
– Este é um complemento à preparação. Não acredito que os resultados venham por dinheiro. Eles são fruto de uma preparação adequada com intercâmbios e treinamentos no Brasil e no Exterior e de um trabalho cuidadoso na parte física e científica. E isto tudo é feito já há algum tempo – comentou.
O judô já rendeu ao Brasil 12 medalhas olímpicas – dois ouros, três pratas e sete bronzes. A primeira foi o bronze conquistado por Chiaki Ishii em Munique 1972. O primeiro ouro veio com Aurélio Miguel em Seul 1988. Em Atenas, Leandro Guilheiro e Flávio Canto ficaram com o bronze.
A meta brasileira em Pequim é superar os melhores desempenhos quantitativos e qualitativos já registrados. O primeiro foi obtido em Los Angeles 1984 (três medalhas) e o segundo em Seul 1988 e Barcelona 1992 com um ouro em cada uma.
GAZETA PRESS