| 10/04/2008 12h24min
O clima era de fim de festa nesta manhã no Olímpico após mais uma desclassificação. O bar e a loja, que costumam ter movimento diário, estavam vazios. Além do pessoal responsável pela limpeza, que trabalhava dentro e ao redor do estádio, três torcedores perambulavam pelas dependências do clube. Não estavam ali para reclamar nem para apoiar. Apenas visitando.
A catarinense Michele Rossi, 24 anos, moradora da cidade de Itá, está no Rio Grande do Sul desde domingo e vai embora hoje à tarde. Veio passar uns dias em São Leopoldo, na casa dos amigos Isaque Assunção, 29 anos, e Mayara Martini, 21. Não trouxe sorte ao Grêmio, seu time do coração.
No final de semana, os comandados de Celso Roth deram adeus ao Gauchão depois de levarem 3 a 2 do Juventude. Ontem, pela
segunda fase da Copa do Brasil, derrotaram o time de
Goiás no tempo normal por 2 a 1, mas perderam nos pênaltis.
— Sou catarina e gremista sofredora desde sempre — brincou Michele, que tinha vindo ao Olímpico pela primeira vez na terça à noite e decidiu voltar, acompanhada dos amigos, para não ficar sem uma foto durante o dia.
— Agora, né? — interrompeu Assunção, lembrando que o clube deu muitos títulos aos torcedores nos últimos anos, principalmente na década de 1990.
Como recompensa pela insistência, conseguiu posar ao lado de Maílson, único jogador visto no estacionamento. O meia estava acertando com o Departamento de Futebol uma ida a São Paulo para visitar a família, que não vê "faz muito tempo". Orientado a não falar com a imprensa nem parar para fotos, resumiu o clima do grupo a uma cara feia e três palavras:
— Tá mal, cara.
Depois do encontro, pouco antes de seguir para a rodoviária, Michele desabafou:
— Dei
azar, né?
Único jogador visto no estacionamento do Olímpico nesta manhã, Maílson evitou falar com a imprensa
Foto:
Alexandre Ernst