| 01/04/2008 12h04min
Os jogos disputados na altitude da Bolívia seguem gerando polêmica. De acordo com a edição desta terça do diário Lance!, o Flamengo recebeu de médicos bolivianos um fax com duas denúncias: uma sobre a morte de um jogador em Potosí e a ocultação de um estudo encomendado pela Federação de Futebol da Bolívia que comprova os malefícios para os atletas que disputem jogos na altitude sem tempo para aclimatação. As informações são do GloboEsporte.com.
Os médicos pediram anonimato, mas confirmaram as denúncias ao jornal:
– Não queremos ser perseguidos em nosso país e considerados culpados ou nos impedirem de exercer nossa profissão – disse um médico que participou dos estudos.
Segundo ele, médicos mexicanos também participaram da pesquisa científica e têm cópias dos estudos. A idéia da federação era provar que não há problemas em jogos em cidades altas, mas a pesquisa comprovou o contrário, após exames em vários atletas, entre eles eletrocardiogramas, hemogramas e ecocardiogramas.
Além disso, segundo esses médicos, as autoridades bolivianas esconderam a morte de um jogador de 23 anos em junho do ano passado em Potosí, onde o Flamengo jogou quatro meses antes, pela Copa Libertadores (e onde o Cruzeiro ainda jogará este ano, o dia 16). Naquele jogo, o zagueiro Moisés e o meia Renato Augusto foram os que mais sofreram com os efeitos dos 3.850m da cidade boliviana.
O jogador morto seria de Oruro, cidade com praticamente a mesma altitude que Potosí e onde o Santos jogou e perdeu recentemente, para o San José. Ele teria sofrido um mal súbito aos 41 minutos de partida, em jogo de um campeonato interprovincial e teria chegado morto ao hospital. A necropsia apontou problemas respiratórios causados pelos efeitos da altitude.
Fla tem esperança de não jogar em Cuzco
O Flamengo está otimista para a reunião da Conmebol na próxima quinta-feira. O clube carioca espera que no encontro, que será realizado para discutir a norma da Fifa proibindo jogos em cidades que fiquem 2.750m acima do nível do mar sem período de aclimatação, seja decidido que o jogo contra o Cienciano, dia 9, não ocorra mais em Cuzco (3.400m de altitude).
Maradona e presidente da Bolívia, Evo Morales, fizeram partida para defender jogos na altitude
Foto:
Martín Alipaz/EFE