| 24/03/2008 12h27min
A façanha de Alain Bernard durante o Campeonato Europeu de Natação, na Holanda, provocou polêmica no mundo do esporte. O nadador francês saiu do anonimato para bater três recordes mundiais em três dias (duas vezes o dos 100m e o dos 50m).
Atual campeão mundial dos 100m, o italiano Filippo Magnini disse que o nadador francês encontrou “as vitaminas certas” para assombrar o mundo do esporte, insinuando que ele teria se dopado.
Magnini ficou em terceiro lugar na final dos 100m do Europeu. No pódio, ele parecia visivelmente incomodado pela vitória de Bernard, assim como o sueco Stefan Nystrand, terceiro colocado na prova.
Ao ser questionado sobre as acusações do italiano durante uma entrevista coletiva em Eindhoven, Bernard, que levava uma garrafa de água na mão, respondeu com ironia.
– Eu bebo água, só isso – disse o francês.
Já para o australiano Eamon Sullivan, recordista anterior dos 50m livre, os comentários de Magnini refletem a infantilidade do nadador italiano.
– Você não pode simplesmente tentar denegrir a imagem da pessoa e falar que isso aconteceu por que houve algo ilegal ou doping. Acho que dizer esse tipo de coisa depois de um recorde mundial é algo realmente imaturo – afirmou Sullivan.
Novo traje também provoca discussão
Além de insinuações sobre doping, os recordes de Bernard levantaram a polêmica sobre os trajes atualmente usados pelos nadadores, que poderiam estar influenciando no desempenho dos atletas.
A suspeita surgiu por causa de uma coincidência – ou não: nas 10 quebras de recorde mundiais ocorridas em 2008, todos os nadadores usavam o mesmo traje, o LZR Racer, fabricado pela Speedo.
A roupa, lançada neste ano, foi aprovada pela Federação Internacional de Natação (Fina) e será usado por boa parte dos nadadores que irão competir nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.
A Fina, no entanto, pode rever sua posição após a polêmica levantada pelos recordes de Bernard. A entidade irá questionar a fabricante sobre o material usado na confecção do traje e deve se manifestar sobre o assunto em abril, durante o Mundial de Piscina Curta, em Manchester.
O LZR Racer é feito de material que repele a água e não tem costuras. Segundo o fabricante, ele ajudaria na flutuabilidade, principal ponto da polêmica. O traje custa cerca de US$ 800 e promete 5% menos de atrito e 4% a mais de velocidade que os trajes anteriores a ele.
COM INFORMAÇÕES DO GLOBOESPORTE.COM.