| 05/03/2008 16h24min
O Aberto de Santa Catarina começa só no dia 12 de abril, mas as expectativas para a despedida do ídolo do tênis Gustavo Kuerten já estão se confirmando. Emoção logo no lançamento do evento. Na coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, no Costão do Santinho — local que receberá as disputas — o discurso já começou engasgado.
Quando chegou a vez de Larri, então, a emoção aparecia na voz e nos olhos do treinador, enquanto se refletia na expressão do seu pupilo e ídolo de toda uma geração. Enquanto o mestre falava, relembrando momentos mágicos vividos ao lado do tenista, Guga concordava e sorria. A ansiedade do atleta para entrar em quadra em seu último torneio oficial no Brasil não poderia ser maior. Despede-se das competições do país em sua cidade natal, aquela que carinhosamente ele levou ao conhecimento de todo o mundo.
— Será um privilégio jogar em casa, um presente que estou me concedendo para a despedida desta minha trajetória. Assim como eu me identifiquei com Floripa, a cidade também ia comigo. Eu acabei levando a cultura e a maneira de ser daqui, pelo mundo afora. Vou poder retribuir tudo o que isso representou — acrescentou o tricampeão de Roland Garros.
Guga, aliás, comparou a emoção de jogar em Florianópolis com a de entrar em quadra no Aberto de Paris, mesmo o torneio em Santa Catarina sendo um challenger, enquanto o francês é um Grand Slam.
— São coisas pequenas, detalhes que sempre tiveram muita importância, os laços com as pessoas mais próximas. Isto tudo vai ser o diferencial. Vai ter um monte de caras ali na arquibancada para quem já perdi quando era pequeno, vai ser engraçado e gostoso em vários aspectos. Para mim, terá a mesma importância de Roland Garros, porque em outras esferas se torna um privilégio enorme. Tomara que eu possa ganhar umas rodadinhas — completou Guga.
Apesar de ter a mesma importância "pessoal" para o tenista, Guga sabe que em um challenger ele tem boas chances de vencer algumas rodadas e "curtir" mais o torneio, do que em Roland Garros. O momento, contudo, é de não se preocupar com resultados, mas aproveitar a despedida.
— Prefiro não ter essa expectativa de resultados, porque todos os jogadores estão em ritmo de competição e jogando muito mais do que eu. O que eu tenho é mais conhecimento de jogo e experiência. Consigo jogar num nível bom, mas é por um período curto. Tenho plena consciência de que vou tentar representar da melhor maneira possível, tentar fazer bons jogos, aproveitar o momento, quem sabe até venha uma surpresa e se fosse escolher, poderia ser aqui, porque em Roland Garros, com jogo de cinco sets, vai ser mais complicado — disse com o bom humor habitual, considerando as dificuldades físicas para jogar uma partida longa.
O Aberto de Tênis de Santa Catarina será realizado no Costão do Santinho, Norte da Capital catarinense. O evento oferece premiação total de US$ 35 mil e é válido pelo ranking mundial da ATP, com
início da chave
principal programado para os dias 14 e 20 de abril. O qualifying será realizado nos dias 12 e 13.
Este será o terceiro torneio do calendário de despedida de Guga, que começou na Costa do Sauípe, em fevereiro, terá continuidade no mês de março, no Masters Series de Miami e, depois de Santa Catarina, ainda deve passar pelo Masters Series de Monte Carlo, depois Roma ou Hamburgo, encerrando a carreira em Roland Garros, no final de maio.
Guga se despede das quadras brasileiras no Aberto de Santa Catarina
Foto:
Cristiano Andujar, divulgação