| 16/02/2008 10h53min
O cirurgião Eric Rolland, que operou o atacante brasileiro Ronaldo em Paris há dois dias, afirma que "tudo foi feito para que ele possa voltar a jogar futebol, se quiser".
– Mas é preciso passar por todas as etapas habituais da recuperação para poder fazer uma previsão definitiva – adverte o cirurgião, para quem a motivação será o elemento determinante da volta ou não do Fenômeno ao futebol, segundo disse hoje aos jornais L'Équipe e Le Parisien.
Na quinta-feira, Ronaldo foi operado de uma ruptura total do tendão patelar do joelho esquerdo no hospital Pitié-Salpétrière, em Paris, onde há oito anos tinha passado por um problema semelhante no joelho direito. O jogador ficará em repouso durante todo o fim de semana, para se recuperar da anestesia geral e do pós-operatório, mas já iniciou pequenos exercícios de motricidade para dobrar progressivamente o joelho, disse o médico.
Após afirmar que Ronaldo "já passou por este processo", Rolland questionou se o
jogador, de 31 anos, terá "vontade e
motivação para se submeter de novo a um programa semelhante". Segundo o cirurgião, para voltar a jogar, Ronaldo precisará de muita energia, devido ao tempo e ao esforço exigidos.
– Há oito anos, as condições eram outras. Agora ele não tem que provar mais nada. A motivação será o elemento determinante – ressalta.
No plano médico, será preciso ver com que ritmo Ronaldo se recuperará do choque operatório, diz o cirurgião. A evolução durante a semana permitirá ter informações mais precisas, acrescenta. Depois, podem ser fixados períodos de 45 dias, três meses e seis meses. Se tiver paciência em cada uma dessas etapas e "se estabelecer um objetivo, tudo é possível", diz Rolland, perguntado sobre se Ronaldo poderá voltar ao futebol profissional.
Ronaldo ficará hospitalizado até o fim da próxima semana para aguardar a cicatrização, e em dez dias poderão ser estudados os tipos de reabilitação, que deverá ser tão longa quanto em 2000: o jogador não poderá
correr antes de seis meses nem estar em
condições razoáveis de treino antes de nove meses, disse o cirurgião.
O jogador, que antes de tudo queria o alívio para a dor, e por isso preferiu que a operação acontecesse rapidamente após a lesão, "não parecia abatido", diz Rolland, ao afirmar que Ronaldo "não fala muito. Se comunica principalmente com o olhar".