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 | 17/01/2008 19h56min

Mala da delegação colorada acaba em mãos gremistas por engano

Caxiense levou para casa dois troféus e uma flâmula da participação colorada na Ásia

Fernanda Fedrizzi  |  fernanda.fedrizzi@jornalpioneiro.com.br

Na hora de desfazer a mala após retornar de uma temporada de 23 dias de férias em Amsterdã, na Holanda, o aposentado Severino Greno de Campos, 61 anos, passou primeiro por um susto. Depois, por uma grande surpresa.

Quando chegou em sua casa, no bairro Desvio Rizzo, em Caxias, na segunda-feira, ele logo notou que sua mala, vermelha, estava mais leve do que antes. Pensou ter sido vítima de um furto. Na hora de abrir para conferir o estrago, Campos deparou-se com outra mala, que não era a dele, e que continha o que qualquer torcedor do Inter classificaria como relíquias.

Naquela bagagem, constava um troféu da Dubai Cup, vencida pelo Inter, um troféu do Al Wasl, clube dono do estádio de Dubai onde o Inter realizou a pré-temporada, e uma flâmula do clube alemão Stuttgart, adversário colorado na semifinal da competição.

Os troféus estavam enrolados em três toalhas. Na mala, havia também quatro rolos de fita adesiva hospitalar, um par de chinelos do Inter e um pacote com pequenos envelopes de açúcar de Dubai. No troféu maior, que estava dentro de uma caixa preta, constavam as seguintes inscrições: Mohamed bin Rashid — International Football Championship — Dubai 2008 — Thanking Sport Club Internacional for their participation. Mas a ele, gremista, o que mais importava era reaver suas roupas e sapatos.

A confusão ocorreu pois Campos, que havia ido visitar a filha Ana Maria e os netos, que há seis anos moram em Amsterdã, voltou no mesmo vôo, o 3867, da TAM, que a delegação colorada na conexão São Paulo/Porto Alegre. Na hora de pegar a mala dele, da mesma cor e marca que a da equipe de Porto Alegre, levou para casa a mala do Inter. A troca só foi percebida em Caxias.

— A companhia aérea da Holanda disse que meu pai poderia pegar a mala direto em Porto Alegre, e que não precisava fazer isso em São Paulo. Levamos um susto, chegamos a pensar que haviam colocado drogas na mala dele, que alguém havia feito isso para escapar da fiscalização — disse Alexandre, 33 anos, filho de Campos.

O aposentado veio morar com o filho em Caxias há dois anos, depois de ter ficado viúvo. Ambos são de Recife (PE). Agora, o que eles querem é desfazer a confusão.

— Eu, gremista, nunca pensei em tirar fotos com troféus do Inter. No início fiquei com medo. Aí vi as coisas da mala e liguei as coisas, pois tinha visto a delegação colorada. Foi a minha primeira viagem para fora do país — completou o aposentado.

Inter confirma que troféus são de participação

O Inter confirmou a perda da mala. O supervisor de logística do clube, Adriano Loss, disse que estava em busca da bagagem e que procurou por ela na companhia aérea. A TAM, por sua vez, alegou que a peça já havia sido retirada. O aposentado também procurou a companhia aérea, e alegou que a empresa lhe disse que sua mala continuava em São Paulo.

O diretor executivo de futebol do Inter, Newton Drummond, afirmou que as peças são brindes de agradecimento pela participação na Copa, e que foram entregues a todos os clubes. Até quinta à noite, Severino Campos, TAM e Inter ainda não haviam definido quando e como as malas de cada um seriam devolvidas.

Roni Rigon  / 

Severino Greno de Campos mostra os pertences da mala trocada
Foto:  Roni Rigon


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