| 05/12/2007 22h13min
A tragédia na Fonte Nova, que teve como conseqüência a morte de sete pessoas, foi denunciada e, por causa disso, o Bahia será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O julgamento, que acontecerá na próxima terça, também vai avaliar a responsabilidade da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb).
No dia 25 de novembro, durante a partida entre Bahia e Vila Nova, válida pela Série C do Campeonato Brasileiro, uma parte da arquibancada da Fonte Nova, que estava completamente lotada, cedeu, matando sete torcedores. O incidente aconteceu após avisos de especialistas, que ressaltavam a precariedade do estádio.
Por conta disso, o Tricolor foi enquadrado em três artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Por supostamente ter deixado de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infra-estrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização, o clube foi acionado no 211, que prevê uma multa de até R$ 10 mil. Além disso, o time também será julgado nos artigos 215 (deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto), que prevê como pena uma multa de até R$ 200 mil e perda do mando de campo de uma a dez partidas, e 232 (deixar de cumprir obrigação assumida em qualquer documento referente às atividades desportivas).
Já os diretores da Sudesb, Nilo dos Santos e Marcus Benício Foltz Cavalcante, responderão ao artigo 234 do CBJD (falsificar documento público ou particular, omitir declaração que nele deveria constar, inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita). Caso sejam punidos, eles podem pegar um gancho de 180 a 720 dias de suspensão.
Ambos estão sendo julgados por terem supostamente redigido um parecer em que apresentavam as rachaduras da Fonte Nova como um recurso necessário por conta das dilatações em construções de concreto armado. O parecer teria ido contra as recomendações da Polícia Militar baiana, que pediu reparos em certos locais do estádio.
Além disso, a procuradoria do STJD ainda pediu a interdição do estádio enquanto não houver o julgamento. O governador da Bahia, no dia 27 de novembro deste ano, já havia anunciado a implosão da Fonte Nova.
GAZETA PRESS