| 29/11/2007 04h46min
A Era Mano Menezes no Grêmio acabou ontem, ao meio-dia em ponto. Em entrevista coletiva na presidência, o técnico anunciou sua saída do clube depois de 951 dias. No domingo, ele ainda comanda o time contra o Corinthians. Depois, passa a estudar propostas do Exterior.
Representante de Mano, o empresário Carlos Leite revelou ofertas de clubes árabes e sondagens da Europa. Em Belo Horizonte, crescem os rumores de que o técnico se acertará com o Cruzeiro, cujo atual treinador, Dorival Jr., está nos planos do Grêmio.
Calçando chinelo de couro marrom, Mano pareceu à vontade na entrevista no gabinente do presidente Paulo Odone. Apenas na véspera, afirmou, havia se convencido do "final de seu ciclo no clube", após mais de dois anos e sete meses de trabalho. "Por respeito ao Grêmio", disse que não falará do futuro até domingo.
— Depois de muito tempo, a única comparação é com o seu próprio trabalho. Sempre é preciso fazer mais — justificou.
Sem querer conferir uma nota ao seu
trabalho, Mano citou a Batalha dos Aflitos, partida que marcou a volta do Grêmio à Série A, como "momento mais grandioso, um jogo que jamais se repetirá na história do futebol mundial".
O técnico se orgulhou, também, do vice da Libertadores e dos dois títulos gaúchos - o primeiro conquistado no ano em que o Inter se sagrou campeão mundial. Lembrou, com ironia, que o Gauchão já havia sido classificado como "cafezinho" — em 1995, pelo então presidente gremista, Fábio Koff.
Depois de quase três anos de convivência, Mano garante que não sai desgastado com os jogadores, nem com a direção. Certo de que sentirá saudades do Olímpico, percorreu pela última vez os corredores da ala presidencial.
Cotação dos técnicos
> Dorival Jr.: jogou no Grêmio em 1993, é muito respeitado no Olímpico. A direção só aguarda que se desvincule do Cruzeiro, o que pode ocorrer domingo, para fazer
uma oferta.
> Wagner Mancini: outro ex-jogador
do clube, campeão da América em 1995. Apesar de ter jogado uma temporada no Olímpico, mantém relações estreitas com o clube. Fez bom trabalho no Paulista, onde ganhou a Copa do Brasil de 2005. Está no Al Nasr, da Arábia Saudita.
> Paulo Autuori: um dos nomes preferidos. O problema é o alto salário no Al-Rayyan, do Catar.
> Tite: Situação parecida com a de Autuori. Trabalha no Al-Ain, dos Emirados Árabes.
> Mário Sérgio: bem conceituado junto à direção, é rejeitado pela esmagadora maioria dos torcedores ouvidos em enquetes de rádio e sites.
> Geninho: seu estilo conciliador agrada.
Técnico do Grêmio nas últimas três temporadas estuda propostas do Exterior
Foto:
Fernando Gomes
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Agência RBS