| 26/11/2007 14h06min
Era início de novembro de 2006. Treino fechado no Beira-Rio. Imprensa do lado de fora. Encerrado o trabalho no gramado principal, Edinho deixa o vestiário. Um jornalista pergunta:
— E aí, Edinho, o guri treinou?
— Se treinou? Caramba, fez dois golaços — responde o volante, impressionado.
Era o primeiro treino entre os profissionais de um certo Alexandre Pato, na época com 17 anos recém-completados. Naquele dia, todos os jogadores do Inter tiveram a noção de que os dirigentes estavam certos: o Beira-Rio tinha uma jóia rara. Um diamante que seria lapidado com carinho até o dia 26 de novembro de 2006, há exato um ano, quando o Brasil inteiro percebeu seu brilho. As informações são do site Globoesporte.com.
A estréia profissional do guri foi assombrosa. Em pleno Palestra Itália, o Palmeiras foi a cobaia de Pato na goleada de 4 a 1. No minuto inicial de jogo, em um dos primeiros toques que deu na bola como jogador adulto, o guri
abriu o placar. Era o início do show, que depois
ainda renderia dribles desconcertantes e passes para outros dois gols.
O primeiro capítulo da curta carreira de Pato foi um prenúncio do que viria nos 12 meses seguintes. O segundo jogo do atacante pelo Inter já foi no Mundial de Clubes. Era a primeira vez que o Colorado disputava uma partida na mais sonhada competição. E o primeiro gol, claro, foi de Pato, contra os egípcios do Al-Ahly.
Em sua terceira partida como profissional, Pato simplesmente foi campeão do mundo contra o Barcelona. Já estava eternizado entre os colorados. Na volta do Inter, cerca de um milhão de torcedores tomaram as ruas de Canoas e Porto Alegre para celebrar o título inédito. Muitos deles carregavam patos de borracha e de pelúcia, ou bonecos do Pato Donald.
Com 2007, veio a queda de produção do Inter, mas não do jovem atacante. Ele virou o Pato Maravilha na frustrada campanha da Libertadores. E, antes de ir embora, foi o grande destaque em novo título, o da Recopa
Sul-Americana. A inevitável despedida veio
pouco depois, em meio ao Campeonato Brasileiro. O Milan bancou os US$ 20 milhões da multa rescisória e levou o moleque para a Itália, onde ele só poderá estrear oficialmente em janeiro. Enquanto isso, o filho do seu Geraldo e da dona Roseli arrasa em treinamentos e faz o técnico Carlo Ancelotti dizer, com o mesmo assombro dos jogadores do Inter há um ano, que ele já é melhor do que Ronaldinho.