| 26/11/2007 10h52min
Para o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, em inglês), o o senegalês Lamine Diack, o doping da norte-americana Marion Jones foi um "desastre". No dia 8 de outubro, a ex-atleta confessou que usou substância proibida para a disputa dos Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney. As informações são do site GloboEsporte.com.
– O caso Marion Jones é um desastre para nós, pois desde que começou a praticar o atletismo (antes era jogadora de basquete) esteve permanentemente no auge. Agora o que temos que fazer é continuar trabalhando, especialmente na educação dos atletas jovens – afirmou Diack.
O presidente declarou também que nesta missão ele conta com a ajuda de duas lendas do atletismo, o ucraniano Sergei Bubka e o britânico Sebastian Coe, ambos membros do Conselho Diretor da IAAF.
Depois de ter assumido o doping, Marion Jones, de 32 anos, precisou devolver todas as medalhas ganhas desde 2000, incluindo as três de ouro (100m rasos, 200m rasos e revezamento 4x400m) e duas de bronze (salto em distância e revezamento 4x100m) conquistadas nos Jogos Olímpicos de Sydney, além dos prêmios em dinheiro.
Para duas lendárias figuras do atletismo americano, Tommie Smith e Lee Evans, campeões olímpicos respectivamente nos 400 e 200m dos Jogos Olímpicos do México em 1968, não é justo que Marion Jones leve toda culpa no caso de doping.
– Ela é culpada, eu concordo, mas outros atletas, em especial dos países da Europa Oriental, também já admitiram ter tomado substâncias proibidas e nada aconteceu – disse Lee Evans.
Tommie Smith, que ficou marcado por subir ao pódio descalço e com o punho cerrado para o alto como forma de protesto contra o racismo nos Jogos de 68, acredita que a luta contra o doping deve tomar novas formas.
– Confessar culpa neste caso de doping já pode ser considerado um bom caminho, mas o trabalho tem de começar a partir das bases – salientou.
Carl Lewis, que foi nomeado em 1999 pela IAAF "atleta do século", é agora um homem empenhado nas divisões de base do atletismo. A fundação que leva seu nome, com sede na Califórnia, trabalha com crianças a partir dos seis anos e não só no aspecto físico.
– Nosso trabalho consiste em direcioná-los tecnicamente, mas também educá-los sobre os princípios que devem reger o atletismo, ensinar-lhes as virtudes do sacrifício, os excessos e o esporte limpo – disse Lewis.