| 24/10/2007 16h13min
O presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, afirmou nesta quarta-feira que "foi injusta" a sentença imposta pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) à McLaren, no caso em que a equipe é acusada de espionagem.
— A sentença era inaceitável, e representava um precedente que corria o risco de fazer valer o princípio absurdo de permitir a vitória de um cavaleiro que corre com um cavalo dopado — disse ele.
Di Montezemolo lançou duras críticas à equipe rival, que protagonizou um escândalo de espionagem contra a Ferrari, que terminou ficando com os títulos de Construtores e de Pilotos, este último com o finlandês Kimi Raikkonen.
— Foi um ano cheio de problemas, no qual tivemos comportamentos desleais e mentiras. Algumas equipes melhoraram seu próprio veículo de forma antidesportiva e desleal, e nós tivemos que trabalhar a fundo durante muitos meses para poder exibir provas definitivas deste comportamento — afirmou.
Segundo
ele, o momento mais difícil da temporada se deu
após a primeira sentença da FIA, que não punia a McLaren-Mercedes nem seus pilotos, por "falta de evidências".
— O momento mais feio se deu na última semana de junho, quando saiu uma incrível, inaceitável, absurda, para mim, sentença na qual se afirmava que havia existido um comportamento antidesportivo e desleal de outra escuderia, mas não que não podia ser provado por falta de evidências — disse.
Após a sentença preliminar da FIA, o presidente da Ferrari reconheceu "ter se reunido com Jean Todt (diretor esportivo da Ferrari) por muitos dias para buscar evidências que levassem à punição da rival".
— No final, tivemos uma dupla satisfação: a primeira, que o que dizíamos foi confirmado, e a segunda, que quem disse mentiras foi desmascarado. Mas, então, tivemos outra sentença inaceitável (com a retirada dos pontos da escuderia McLaren-Mercedes, mas não de seus pilotos), o que corria o risco de abrir um precedente absurdo — afirmou.
— Já estava me preparando para no ano que vem
preparar um motor de 8 mil c.c., com o qual ganharíamos todas as corridas. Seríamos desqualificados, mas seguiríamos tendo o campeão e o vice-campeão do mundo — completou di Montezemolo, sem em nenhum momento citar o nome da McLaren-Mercedes.
O presidente da Ferrari disse que não queria ter que dizer coisas como esta ao fim de uma temporada, mas que se viu obrigado a fazê-lo, por não considerar aceitável o que ocorreu na temporada:
— Por sorte, salvamos a Fórmula-1 do que teria sido uma humilhação. Somos a escuderia que corre há mais tempo, e sempre o fizemos com lealdade, correção e espírito esportivo. Pensar que deixaram correr pilotos com veículos que haviam sido desqualificados é um absurdo não apenas jurídico, mas também esportivo.