| 07/10/2007 05h11min
Atualizado às 14h04min
O finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari, venceu o Grande Prêmio da China de Fórmula-1 na madrugada deste domingo em Xangai. O inglês Lewis Hamilton, da McLaren, abandonou a prova na 31ª volta e perdeu a chance de ser campeão por antecipação. O espanhol Fernando Alonso, companheiro de Hamilton, chegou na segunda colocação. Com o resultado, o Mundial de Fórmula-1 será decidido no Brasil, pelo terceiro ano consecutivo, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
O brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, terminou em terceiro, enquanto Rubens Barrichello, da Honda, ficou na 15ª posição.
Hamilton segue líder do campeonato, com 107 pontos, mas Alonso soma 103 e Raikkonen, 100. Felipe Massa tem 86 pontos.
Lewis Hamilton não cometeu um único erro comprometedor a temporada toda, surpreendentemente. Hoje, o inglês de 22 anos, estreante na competição, decidiu junto da sua equipe, McLaren,
estender demais a hora de substituir os pneus e sua história na
corrida que deveria lhe dar o título mundial acabou na caixa de brita. Resultado: Raikkonen, Alonso e Hamilton se apresentam para a prova de Interlagos, dia 21, com chances de serem campeões. Mas se os 65 mil ingressos já haviam sido comercializados, as unidades nas mãos dos cambistas se valorizaram ainda mais. Será um super GP do Brasil.
Depois de sugerir ter sido sabotado pelo próprio time, sábado, na classificação, dentre outras críticas pesadas à McLaren, Alonso dispôs de um carro capaz de lhe permitir ganhar a etapa chinesa do Mundial, que teve pista molhada, seca, molhada e seca ao longo das 56 voltas. Foi uma bela resposta da McLaren a suas acusações provavelmente infundadas.
— Esse segundo lugar somado à desistência de Lewis não muda muito minha situação no Mundial. Nossa diferença é de 4 pontos. Numa corrida normal é impossível tirá-la. Preciso de algo como hoje, chuva, seco — afirmou o espanhol, bicampeão mundial.
Na 30ª volta, Hamilton
liderava com Alonso em segundo, 14
segundos atrás. O título parecia já definido para o inglês, que precisava, por exemplo, chegar na frente do espanhol. Mas na 31ª volta, Hamilton, com os pneus profundamente desgastados, foi parar na pequena área de escape da curva que dá acesso aos boxes. Alonso comentou o que sentiu na hora, já que o abandono do companheiro reabria o campeonato:
— Não sabia o que iria acontecer. Em Nurburgring, vi no telão seu carro levantado por um guindaste e, de repente, ele estava na corrida. Confesso que não senti nada de muito diferente na hora, preocupei mais com minha corrida. O que ocorreu hoje não é um milagre, mas algo similar.
Talvez a vitória não sirva para Raikkonen conquistar o título em Interlagos, afinal ainda está sete pontos atrás de Hamilton.
— Sim, mas vimos hoje que tudo pode acontecer — falou o finlandês da Ferrari.
Será a segunda vez na carreira que irá disputar a etapa final do campeonato com possibilidades de ser
campeão. Em 2003, no GP do Japão, Raikkonen perdeu o
duelo final com Michael Schumacher:
— Agora minha situação é um pouco melhor. O importante é tentar ganhar a corrida e depois ver como ficam os outros.
Felipe Massa foi um dos pilotos que mais evoluiu do ano passado para cá. Mas quando a competição torna-se imprevisível, como hoje, ainda tem o que crescer. Na China não conseguiu acompanhar o ritmo dos dois primeiros no início, Hamilton e Raikkonen. Foi o primeiro a parar para trocar os pneus intermediários pelos de asfalto seco, na 26ª volta.
— Perdi a chance de lutar pela vitória nesse momento porque na volta seguinte voltou a chover — explicou.
O circuito, na seqüência, começou a secar em razão de a chuva parar poucas voltas depois.
— Se eu tivesse permanecido na pista mais uma volta antes do pit stop a história seria outra — considera o brasileiro.
Não foi. Massa acelerou forte no fim, a ponto de estabelecer a melhor volta do GP da
China, na 56ª passagem.
— É um pouco frustrante, lógico, chegar no
Brasil sem ter como lutar pelo título. Vou tentar fazer como ano passado, vencer. Para ajudar Raikkonen será preciso que entre eu e ele não haja ninguém da McLaren.