| 28/09/2007 14h05min
A Associação Européia das Ligas de Futebol Profissional (EPFL) anunciou, nesta sexta, a adoção de dez medidas para erradicar a violência no futebol e assegurar a segurança dos estádios. O diretor-geral da EPFL, Emanuel Macedo de Medeiros, disse durante a reunião de dois dias que o organismo realizou em Lisboa que as 25 ligas que formam a associação criarão um pacto contra a "praga" da violência.
Medeiros considerou fundamental reforçar a segurança nos estádios, e para isso é necessário que as autoridades públicas e os proprietários de recintos esportivos "assumam suas responsabilidades". O dirigente apontou a necessidade de reforçar as medidas preventivas e repressivas para erradicar a violência e conseguir uma maior valorização do espetáculo esportivo, para fazer com que famílias inteiras possam comparecer sem medo aos estádios.
Macedo de Medeiros pediu prudência e responsabilidade aos dirigentes dos clubes esportivos em suas declarações que possam incitar comportamentos "desviados" de pessoas que não gostam de futebol e apenas se aproveitam do esporte para exteriorizar seus problemas.
Outra das medidas é uma melhora no sistema e processo de emissão de ingressos, o acesso e permanência dos espectadores nos estádios e a criação de uma comissão de acompanhamento de supervisão da EPFL, que vai inspecionar o cumprimento deste plano de ação. O diretor-geral afirmou ainda que outra das propostas é aumentar a cooperação com as forças de segurança e a colaboração dos clubes com torcidas organizadas.
Durante o encontro, o responsável pelo projeto "FanProjeckte", do Campeonato Alemão, Thomas Weinmann, e o coordenador internacional da Federação Inglesa dos Torcedores de Futebol, Steven Powell, defenderam a necessidade de integrar torcedores e clubes. Para Weinmann e Powell, isso faria com que os clubes trabalhassem diretamente com a torcida, dentro e fora dos estádios, e os que não cumprissem as normas de bom comportamento poderiam ser excluídos, erradicando assim a violência.
Weinmann defendeu a criação de um maior relacionamento entre clubes e torcedores, que deveria ter uma "preocupação social", para entender os problemas reais dos seus seguidores, como o desemprego.
Um dos exemplos citados foi o do Porto, que estabeleceu um protocolo de deveres com as torcidas organizadas, que estão obrigadas a colaborar com a polícia caso seja necessário. Macedo de Medeiros defendeu também uma maior colaboração entre a EPFL, a Uefa, a Fifa, e as diferentes autoridades públicas locais, regionais, nacionais e comunitárias.
AGÊNCIA EFE