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 | 14/09/2007 14h07min

FIA divulga documento oficial do julgamento da McLaren

Entidade contenou equipe à multa de US$ 100 milhões e perda de pontos

A FIA divulgou nesta sexta o documento oficial resultante do julgamento da McLaren, realizado ontem em Paris. Assinada pelo próprio Max Mosley, presidente da entidade, a carta tem mais de 15 páginas e é dividida em nove tópicos, boa parte deles explicando a investigação das denúncias de sabotagem e espionagem envolvendo a equipe e sua rival, a Ferrari.

O relatório da FIA e do Conselhor Mundial de Automobilismo (CMA) confirma a reunião realizada para julgar o time britânico de ter violado o artigo 151-C do Código Esportivo Internacional. No contexto, a entidade explica toda a investigação envolvendo os dois principais acusados do caso, Nigel Stepney e Mike Coughlan.

Ainda no documento, a escuderia é isentada de ter utilizado ou se beneficiado das informações confidenciais em questão. Coughlan ainda foi considerado o principal vínculo da escuderia prateada com os dados fornecidos por Stepney, o que livrou a McLaren de maiores responsabilidades no caso.

– O CMA está convencido de que a Vodafone McLaren Mercedes tinha em mãos informações confidenciais da Ferrari e que, por isso, viola o artigo 151-C do Código Esportivo Internacional. Ainda assim, não há evidências suficientes de que estas informações foram utilizadas de maneira a interferir no Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA. Por isso, não há punição – explica a entidade, que faz uma ressalva.

– Entretanto, se for encontrada informação da Ferrari (na McLaren) utilizada em detrimento do campeonato, nós nos reservamos o direito de convidar novamente a McLaren a comparecer perante o júri do CMA, onde enfrentará não apenas a possibilidade de exclusão do campeonato de 2007, mas também do campeonato de 2008 – finaliza.

A entidade ainda abriu margem para que Stepney e Coughlan se defendessem das acusações, defendendo-se do banimento do automobilismo mundial por período indeterminado.

A troca de e-mails

A FIA ainda julgou as mais importantes evidências apresentadas após seu julgamento original: os e-mails trocados entre Fernando Alonso e Pedro de la Rosa. Havia a ameaça de cassação da superlicença de ambos, mas o fornecimento das informações aliviou a situação dos dois. O documento ainda revelou diálogos entre De la Rosa e Coughlan, no qual o piloto espanhol pergunta dados sobre a distribuição de peso do “carro vermelho”.

A informação, segundo o e-mail do espanhol, seria importante para ser utilizada no simulador da própria McLaren. De acordo com o documento da FIA, Coughlan respondeu em detalhes a De la Rosa.

O espanhol, por sinal, ainda repassou as informações para Alonso em março:

– Toda a informação da Ferrari é muito confiável. Ela vem de Nigel Stepney, o antigo chefe dos mecânicos deles (...). Ele é o mesmo que nos contou na Austrália que Kimi iria parar na volta 18. Ele é muito amigo de Mike Coughlan, nosso diretor-técnico, e contou isso a ele – revela o e-mail de De la Rosa.

A documentação reunida revela informações da Ferrari em diversos aspectos do carro da McLaren, como as asas flexíveis, o balanço aerodinâmico, pneus, combustível e freios. Coughlan e Stepney ainda foram citados por terem trocado dados sobre tais aspectos, considerados na condenação.

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