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 | 08/08/2007 10h45min

Fidel diz que boxeadores não voltarão para delegação cubana

Líder afirma que país pode não enviar atletas dessa modalidade para Pequim

O líder cubano, Fidel Castro, criticou duramente, nesta quarta, os boxeadores Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, deportados pelo Brasil após desertarem da delegação de Cuba durante os Jogos Pan-Americanos. O ditador afirmou que os atletas chegaram a um ponto sem volta como parte de uma delegação do país nesse esporte. A declaração está no texto intitulado "A Constância Escrita" e publicado hoje em primeira página do jornal oficial Granma.

– O atleta cubano que abandona sua delegação é como o soldado que abandona seus companheiros no meio do combate – disse Fidel.

Diante dos próximos Jogos Olímpicos, Castro advertiu que as autoridades esportivas estão analisando todos os variantes possíveis, incluindo mudar a lista de boxeadores ou não enviar nenhuma delegação.

– Cuba não sacrificará um ápice de sua honra e de suas idéias por medalhas de ouro olímpicas. Prevalecerão acima de tudo a moral e o patriotismo de seus atletas – afirmou.

Guillermo Rigondeaux, de 26 anos e bicampeão mundial e olímpico, e Erislandy Lara, de 24 anos e campeão mundial da categoria welter, desertaram durante os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, mas foram detidos pela polícia brasileira e deportados para Cuba. Os dois atletas estão desde domingo passado em uma "casa de visita" em Havana, onde se reuniram com suas famílias.

Fidel acredita que a maior responsabilidade é de Lara, que era o capitão da equipe de boxe nos Jogos.

– A Revolução cumpriu sua palavra. Prometeu dar um tratamento humano aos dois atletas, reuni-los imediatamente com seus parentes, oferecer acesso à imprensa se quisessem e dar um trabalho decoroso, de acordo com seus conhecimentos – acrescentou.

Segundo o ditador, os dois atletas querem voltar com seus parentes e se mostraram reticentes em conversar com a imprensa, mas falaram com dois jornalistas da imprensa oficial cubana.

– O esporte são é incompatível com o consumismo e o desperdício – concluiu Fidel, que há um ano se recupera de uma grave doença intestinal que o obrigou a delegar o poder a seu irmão Raúl.

AGÊNCIA EFE
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