| 25/07/2007 11h55min
O homem mais veloz dos Jogos Pan-Americanos ficou irritado com o barulho da torcida brasileira. Campeão dos 100 metros rasos, com o tempo de 10s15, Churandy Martina, das Antilhas Holandesas, não gostou do comportamento dos torcedores no Estádio João Havelange.
– A torcida fez muito barulho e isso dificulta a concentração. É desrespeitoso, embora não pareça ser por maldade – afirmou o atleta, que chegou a queimar uma largada.
A medalha de prata ficou com o americano Darvis Patton (10s17), e a de bronze com o canadense Brendan Christian (10s26).
Churandy conquistou a quarta medalha de ouro na história das Antilhas Holandesas nos Jogos, a primeira depois de oito anos. Natural da paradisíaca ilha de Curaçao, o velocista não irá comemorar o título em casa.
– Eu moro nos Estados Unidos e volto para lá antes de ir para o Mundial de Osaka (no fim de agosto).
Aos 23 anos, Churandy tem no currículo uma experiência olímpica. Foi o porta-bandeira da delegação de três pessoas de seu país nos Jogos de Atenas, em 2004. E coloca o título pan-americano como o mais importante da sua carreira.
– Foi o meu primeiro título importante, embora eu já tivesse sido campeão pan-americano júnior. Gostei do meu tempo, até porque a pista estava molhada.
Na semifinal, segunda-feira, ele igualou o recorde dos Jogos Pan-Americanos, ao marcar 10s06. Vaidoso, o corredor tem um dente de ouro com uma letra "C" escrita.
– É o C de Churandy, mas também de campeão – explicou o homem mais rápido do Rio.
O público que vem ao estádio continua vaiando cada vez que o microfone anuncia o nome de um atleta dos Estados Unidos. Terça-feira, as duas norte-americanas comemoraram juntas as medalhas dos 100 m correndo cada uma com uma bandeira do país. Metade do público vaiou e outra metade aplaudiu.