| 16/07/2007 22h57min
A lesão que causou o corte da ginasta gaúcha Daiane dos Santos dos Jogos Pan-Americanos foi apenas mais uma entre as que equipe brasileira de ginástica vem enfrentando nos últimos anos. Problemas físicos já perturbaram a vida das comissões técnicas em momentos importantes.
Além da gaúcha, Victor Rosa também foi cortado do Pan devido a lesão no tornozelo. Ele apresentou o problema no último sábado, durante sua apresentação no solo.
No último dia 6, Daiane machucou o pé direito durante um treinamento. No esforço para proteger a região, acabou extrapolando. Forçou o pé esquerdo, causando a lesão do outro tornozelo. Assim, a comissão técnica optou por retirar seu nome da final por aparelhos no solo.
– No dia da classificatória, dei o máximo de mim e acabei até piorando. Mas a equipe precisava de mim naquela hora – lembra a ginasta, afirmando ter uma nova prioridade. – Agora é hora de me preservar e ajudar minha equipe a ir para a Olimpíada.
A preocupação do grupo é obter um bom resultado no Mundial de Stuttgart, em setembro. O torneio é classificatório para os Jogos de Pequim-2008.
Também lesionada, Laís Souza foi poupada da final do individual geral, sendo substituída por Khiuani Dias. No início do ano, ela sofreu uma fratura por estresse na tíbia esquerda e ficou um mês parada. Agora, retorna à ativa, tentando recuperar a força e a resistência nos aparelhos.
– Como fiquei parada, minhas pernas estão murchas, sem força. Agora está melhor, só tenho uma inflamação, um edema interno ósseo – explicou.
A seleção teve problemas já no Pan de Santo Domingo, em 2003, quando Daiane foi operada no joelho esquerdo. Dois meses antes dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, ela foi submetida a uma artroscopia no outro joelho.
Pouco depois, o próprio técnico Oleg Ostapenko fez declarações sobre o futuro incerto da atleta. Para ele, a seqüência de problemas físicos colocava em dúvida a continuidade da carreira da atleta até Pequim. A gauchinha, no entanto, não demonstra preocupação.
– Lesão é sinal que a gente está treinando e o atleta está sempre treinando no limite – minimiza.
Diego Hypólito enfrentou um calvário semelhante. Na etapa de São Paulo da Copa do Mundo de 2005, ele fraturou o pé e precisou colocar um pino no local. Em março, na etapa de Paris, ele torceu o tornozelo direito e sentiu dores nas costas. De volta ao Brasil, descobriu ter hérnia de disco.
A sucessão de lesões e problemas pode ser explicada pelo alto nível de exigência que as competições de ponta cobram de seus participantes. Mas a comissão técnica demonstrou que o momento é de agir com precaução.
Assim como Daiane, Laís e Victor foram retirados de finais para as quais estavam classificados, em benefício da meta no Mundial. Laís ficou fora no individual geral e Victor das finais por aparelhos.
– Mais importante que medalha é a saúde da gente. Vamos nos cuidar porque temos competições mais importantes pela frente. Temos de nos poupar – resume Laís.
GAZETA PRESS